Os Crentes em Itabaiana. A
demolição da Igreja (foto)
Por Antônio Samarone.
Itabaiana era uma cidade que respirava
o catolicismo romano. Tudo, ou quase tudo, girava em torno da igreja católica. Talvez
por isso, a minha curiosidade sobre os crentes. A antiga igreja de crente me deixava
curioso. Eu não perdia a oportunidade de ficar bisbilhotando o culto pela janela.
Só existia uma igreja de crente
em Itabaiana (foto), presbiterianos, gente descente, poucos, mas diferenciados.
Quando eu perguntava a mamãe (católica, filha de Maria) quem eram os crentes (chamados
de bodes), o que faziam, a resposta era contraditória. Ela afirmava: só a igreja
católica salva, mas esses crentes são tementes a Deus, verdadeiros cristãos.
Eu não entendia, mas ficava calado.
Naquele tempo não se discordava de pai e mãe.
Os crentes eram liderados por
Dona Eulina Nunes, uma senhora muito respeitada na cidade.
O historiador Ismael Moura nos
ensina que os crentes chegaram em Itabaiana por volta de 1885, no Povoado
Caraíbas. “O professor José Gregório da Silva Teixeira é considerado o fundador
do protestantismo em Itabaiana.” (Moura citando Sebrão Sobrinho)
Depois vieram para a cidade. A
iniciativa coube a Antônio da
Silva Nunes, pai de Eulina Nunes.
Essa igreja da foto, estilo art-déco,
com janelas e portas com arcos em orgiva, e uma torre central, foi inaugurada
em 18 de dezembro de 1938. Antes já existia uma casa de orações. A igreja é uma
relíquia da história dos evangélicos em Itabaiana. Além da igreja, os
presbiterianos também construíram um cemitério para os crentes.
Moura cita uma passagem de
Vladimir Carvalho: outra pedra no sapato do padre Vicente Valentim da Cunha foi
a presença de protestantes em Itabaiana no começo de 1903...
Um absurdo: fiquei sabendo que a essa
igreja será demolida nos próximos dias. Foi vendida! No local serão construídas
lojinhas de bugigangas. Uma profunda indiferença pela memória religiosa da
comunidade.
Antônio Samarone.
A minha opinião é que a liderança da igreja e todos os que fazem parte da mema que opitem pela preservação da igreja visto que é um prédio histórico na Cidade.
ResponderExcluirQue tristeza! Uma cidade sem respeito à memória é uma pobre cidade. A comunidade religiosa, os poderes municipais, as lideranças e os moradores em geral deveriam barrar essa destruição que está prestes a acontecer. O comprador do local bem que poderia preservar a igreja no seu projeto comercial, que assim ganharia densidade histórica.
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