quarta-feira, 3 de outubro de 2018

UM VOO CEGO


Um voo cego...
O presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe, doutor João Augusto Alves de Oliveira, anunciou em nota nas redes sociais, o seu voto: - “A minha maior prioridade é a segurança e a luta contra a corrupção. Por isso, escolhi Bolsonaro!” Ao exercer a sua liberdade apoiando um candidato, declaradamente autoritário, sem compromissos com a democracia, que pode suprimir a liberdade, enquanto presidente de um sindicato, o senhor assumiu uma responsabilidade perante a história.
A minha discórdia não é do caminho que o senhor escolheu. O senhor tem liberdade de opinião e escolha. A minha reação é ao senhor ter assumido um credo político enquanto presidente do sindicato. A nossa categoria é plural, possui colegas de várias matizes ideológicas, que professam diversas doutrinas políticas. Inclusive, colegas alheios a paixões políticas.
O doutor João Augusto pode argumentar: - “estou seguindo a vontade da maioria dos médicos”! Pode até ser, mas o senhor representa todos os médicos, e existe uma minoria que não subscreve a sua opção. O presidente pode ainda se defender: - “mas falei em meu nome pessoal, e não como presidente do sindicato!” Essa separação só existe na esfera da vida privada.
Quando um presidente de sindicato assume publicamente uma posição política, é impossível a separação. Nesses casos, pessoas físicas e jurídicas são politicamente as mesmas. O senhor, legalmente, representa os médicos.
Não estou discutindo a opção política do doutor João Augusto, não tenho essa pretensão. Estou discordando da postura política do presidente do Sindicato dos Médicos. Presidente, o senhor extrapolou as suas prerrogativas. A história cobrará um preço!
Antonio Samarone 

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