sexta-feira, 26 de outubro de 2018

A ESPANTOSA HISTÓRIA DA MEDICINA



A espantosa história da medicina (o nascimento das neurociências - por Antônio Samarone)
Frenologia – o médico alemão Franz Joseph Gall (1758-1828), criou um método de avaliação das saliências do crânio (cranioscopia), onde se poderia identificar os traços do caráter das pessoas, suas habilidades mentais, e até as suas tendências criminosas. Gall dividiu o cérebro em 27 zonas, identificadas nas protuberâncias ósseas.    
Segundo Nicolelis, “Gall “identificou além de áreas especializadas para diferentes emoções, como o instinto de reprodução, o amor a própria prole, o orgulho, a arrogância, a vaidade e a ambição; sugeriu a existência de regiões corticais especializadas na definição da opção religiosa, no talento poético, na firmeza de caráter e na perseverança.”
A frenologia sofreu contestação, mas continuou produzindo consequências. Os consultórios frenológicos se espalharam pela Europa e USA, na primeira metade do Século XIX. A craniologia se tornou influente na era vitoriana, e foi usada para justificar o racismo, a colonização e a dominação de "raças inferiores".
O médico italiano Cesare Lombroso (1835-1909), incorporou outros elementos a frenologia, como a fisiognomia (avaliação das aparências), e criou uma teoria de antropologia criminal, que vigorou por muitos anos. Lombroso achava que certos criminosos apresentavam evidências físicas de um atavismo hereditário, reminiscente de estágios mais primitivos da evolução humana. 
No Brasil, o médico maranhense Nina Rodrigues, diretor do Instituto de Medicina Legal da Bahia, usou amplamente as concepções lombrosianas para realizar os seus estudos eugênicos e racistas.
Durante o Terceiro Reich, a certificação craniométrica tornou-se obrigatória por lei e era realizada por centenas de institutos e especialistas na Alemanha. Muitas pessoas foram condenadas aos campos de concentração ou tiveram negado o casamento ou o trabalho, em função desta "má medida do ser humano", segundo o Dr. Renato M.E. Sabbatini, da UNICAMP.
Antônio Samarone.


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