quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

A CULTURA EM ITABAIANA, NO ANO JUBILAR DE 2025.

A Cultura em Itabaiana, no ano Jubilar de 2025.
(por Antonio Samarone)

O mote, o guia, o fio condutor da cultura em 2025, em Itabaiana, será a comemoração dos 350 anos. Data festejada com a Igreja. O fato definidor foi a criação da Freguesia de Santo Antonio e Almas, em 1675.

Os primeiros colonos ocuparam o Vale do Jacarecica no início do século XVII. Criaram o Arraial de Santo e Almas, construíram a Igreja Velha. O desejo era tornar-se Villa. Criaram a Irmandade das Santas Almas do Purgatório (1665), compraram um terreno no Tabuleiro de Ayres da Rocha.

Antes de ser Villa, o Bispo de Salvador criou uma Freguesia (Paróquia) em Itabaiana. A Igreja chegou antes. A maioria dos historiadores considera esse fato, o batismo institucional de Itabaiana, a sua data oficial de nascimento.

Em síntese, é esse fato glorioso que iremos comemorar.

No início do século XVII, no período da União Ibérica e domínio dos Holandeses no Nordeste, a Serra de Itabaiana foi objeto de desejo, em busca de metais preciosos. A lenda de Belchior Dias Moreia gerou ambições legítimas. Itabaiana passou pela fase do ouro.

No início do Brasil Colônia, o território de Itabaiana alargava-se de Divina Pastora a Jeremoabo. Depois do ouro, a criação de gado para abastecer o recôncavo baiano e a Capitania de Pernambuco, foi a atividade econômica dominante. A Era dos Curraleiros!

Não é por coincidência, que a Estrada Real que ligava Salvador a Olinda cortasse Itabaiana. O gado é um produto que anda. As boiadas chagavam aos mercados com as próprias pernas.

Na segunda metade do Dezenove, despontou a febre do algodão. A guerra de secessão nos EUA, gerou uma carência de algodão para alimentar o nascimento da revolução industrial. Foi o algodão e os seus descaroçadores, que permitiu o primeiro crescimento do polo urbano de Itabaiana. A Sede da Villa continuava acanhada e pobre. O casario que aparece nas fotos antigas servem de testemunho.

A sede urbana ganhou um formato.

A partir do início do século XIX, a área não ocupada pela cana-de-açúcar, tornaram-se produtores de alimentos. Cebola, farinha, ovos e hortaliças. Itabaiana tornou-se o celeiro de Sergipe. Uma época de muito trabalho e muita pobreza. Uma produção de subsistência, vendia-se o pequeno excedente.

Foi a labuta dos feirantes, que criou a cultura do comércio. Um povo que sabe vender e comprar. Nunca encontrei um comerciante com cara feia em Itabaiana. O cliente sempre tem razão.

Com a chegada do Império, o território de Sergipe foi amputado. Itabaiana perdeu muito. Na República veio o desmembramento do Agreste. Surgem Frei Paulo, Campo do Brito, Ribeirópolis, Moita Bonita, e tantos outros.

Em meados do século XX, com a chegada do Murilo Braga (1949) e da BR – 235 (1953), Itabaiana tomou um novo caminho econômico: de província agrícola a polo comercial. Um surto de crescimento transformou a cidade.

Na política, Euclides Paes Mendonça liderou num primeiro momento, rasgando a cidade de avenidas, ruas e estradas. Construiu até um campo de aviação.

Na segunda metade do século XX, Itabaiana viveu um longo período onde a economia prosperava, mas a política marcava passo, com brigas e picuinha. Havia uma dissonância entre a política e a economia.

A cidade mesmo assim crescia, enfrentado a política atolada no atraso. A economia foi puxada pelo setor de transporte (a capital dos caminhões), e por um comércio competitivo. O empreendedorismo é parte da alma itabaianense.

No início do século XXI, uma nova força política, liderada por Valmir de Francisquinho, destravou a política. A economia encontrou um campo fértil e cresceu. O mercado imobiliário criou uma nova cidade. A população passou dos cem mil habitantes, Itabaiana tornou-se região metropolitana.

Hoje, a economia viceja. Itabaiana se tornou uma porta aberta ao investimento. As redes nacionais disputam o mercado com os empresários locais, em pé de igualdade. O comércio do ouro é vitorioso. Itabaiana é o maior produtor de semijoias do Nordeste. As fábricas de carrocerias, a cerâmica, produtos agrícolas, os supermercados, a castanha, material de construção, tudo competitivo. As madeireiras alcançam os mercados dos sertões da Bahia e Alagoas.

Ia esquecendo, o agronegócio, em especial o milho, é o novo xodó dos investidores em Itabaiana. No Maranhão, Bahia, Alagoas, Sergipe, quem tiver terreno ocioso para arrendar, é só abrir a boca. No início de janeiro, ocorrerá um novo encontro do SEALBA, em Itabaiana.

Deixe-me revelar um segredo: em pouco tempo, o turismo religioso ambiental explodirá em Itabaiana. Itabaiana, digo melhor, o Agreste, é o principal polo de desenvolvimento de Sergipe.

É nessa a conjuntura econômica que Itabaiana chega aos 350 anos. É nessa conjuntura que Valmir exercerá o seu terceiro mandato de Prefeito. A política está pronta para somar-se, realizar o que lhe cabe. Criar as condições para o desenvolvimento de Itabaiana.

Itabaiana Grande olha para frente. A duplicação da BR – 235, perimetrais, moderno hospital, aeroporto, teatro, centro de convenções, atrair hotéis e pousadas, infraestrutura urbana, um choque de eficiência administrativa. Valmir tem clareza da sua missão.

A cultura é o sal, que dar sentido, que cria as narrativas. Itabaiana é um viveiro de talentos artísticos. A arte é a nossa alma. A Filarmônica Nossa Senhora da Conceição completará 280 anos, a Filarmônica 28 de Agosto inaugurou uma Escola de Sanfona, a primeira do Brasil; a festa dos caminhoneiros, a Bienal retomará a sua grandeza, itabaianenses despontam no cenário nacional (Mestrinho, Robério Santos e Natanzinho Lima), o cinema de rua, o festival da canção, etc.

Feliz 2025!

Antonio Samarone. Médico sanitarista.
 

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