O comunismo lá e cá... (por Antônio
Samarone)
A China construiu e botou em
funcionamento um hospital com 1.600 leitos, em 8 dias.
Essa maternidade em Aracaju
(foto), que está sendo construída no bairro 17 de março, se arrasta há 5 anos.
A obra, orçada inicialmente em R$
11.357.195,75, foi iniciada no dia 8 de junho de 2015. O Ministério da Saúde
(MS), liberou a primeira parcela em setembro de 2015, no valor de R$ 50 mil e a
segunda parcela no dia 29 de dezembro de 2015, no valor de R$ 1.110.640,00.
A obra hoje já está em 17 milhões
(o aumento do saco de cimento), e a prefeitura não sabe quando entrega.
Por que a construção da maternidade da Prefeitura está sendo
empurrada com a barriga?
Em Aracaju são realizados por mês
1.665 partos (dado de 2017). Cerca de mil partos/mês pelo SUS. A rede pública atende
em duas maternidades: a Nossa Senhora de Lurdes (79 leitos) e a Santa Izabel (89
leitos). Ou seja, os mil partos/mês pelo SUS são atendidos pelos 168 leitos
existentes. Não se tem notícia de fila para parir em Aracaju. Está funcionando!
Recentemente, o Estado gastou uma
pequena fortuna para reformar a antiga maternidade Hildete Falcão Batista (62
leitos). Continua fechada para partos.
A Universidade Federal de Sergipe
está concluindo uma maternidade com 118 leitos, com previsão de entrega para
maio de 2020 (isso mesmo, esse ano).
Ou seja, já existem prontos mais
180 leitos de maternidade para o SUS, em Aracaju, superior aos leitos já existentes
e que está dando conta. Como o número de partos não vai aumentar, nem os
recursos repassados pelo Ministério da Saúde, com a oferta de novos leitos, vai
precisar dividir o orçamento pelos partos realizados em cada maternidade, inviabilizando
o financiamento de todas elas.
Você pensa que a falta de
planejamento parou por aí? Não! A bem gerida Prefeitura de Aracaju está construindo
essa outra maternidade. Com as seguintes especificações:
A maternidade da Prefeitura terá
50 leitos de média complexidade, 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal,
10 leitos de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional, cinco
leitos de Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru, 50 alojamentos
conjuntos (mãe e bebê agrupados); duas salas cirúrgicas com três leitos de
recuperação pós anestésica; três leitos de cuidados intermediários; dois leitos
de estabilização; nove leitos de aplicação de medicação e observação, e oito
quartos PPP.
Deus benza!
Resta saber quem pagará
a conta para ela funcionar. Vai dividir os repasses do Ministério da Saúde com as demais maternidades de Aracaju. Na Saúde construir é fácil, o difícil é manter em
funcionamento.
Talvez por isso, a construção da maternidade
da Prefeitura se arraste a passos de tartaruga.
Antônio Samarone.
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