Uma humildade vaidosa.... (por Antônio
Samarone Santana)
Uma universidade espalhou outdoors
por Aracaju, associando a imagem do professor Felipe Santana a sua imagem, como
exemplo de competência.
Felipe Santana foi criado pela
mãe, minha irmã Izabel. Órfão de pai muito cedo, morto em acidente na Rio
Bahia. O pai era caminhoneiro. Felipe teve na escola o caminho para superação
das dificuldades. Andou com as próprias pernas, sem padrinhos, e chegou.
Hoje Felipe Santana é uma referência de bom
professor.
Há 50 anos eu chegava à UFS, para
estudar medicina.
Numa primeira aula, na hora
chamada, um professor famoso quando leu o meu nome, parou um instante, e
perguntou: “o senhor é de que família, de onde vem esse Santana? Eu orgulhoso respondi: por parte de mãe,
descendo dos ferreiros das Flechas, e por parte de pai, sou neto de Ascendino
de Genoveva, das Candeias...
O professor desapontado com a
resposta, gente que ele desconhecia, insistiu com ironia, e com um riso no
canto da boca: neto de quem? Um “quem” arrastado, para fazer graça. A turma desatou numa risada. Percebi que os “Santanas” não constavam na lista dos convidados do
professor.
Ele fez ainda uma advertência: o
senhor sabe que o curso de medicina é em tempo integral e dedicação exclusiva!
Eu engoli seco, para não o mandar às favas... O ensino superior não era para
gente do meu tipo, pensava ele...
Quando vi o outdoor de Felipe Santana,
colorindo às "ruas do Ara", lembrei-me desse fato acima. Pensei de primeira, se o
professor fulano fosse vivo, iria telefoná-lo para dizer-lhe quem era a família
Santana, e como chegamos até aqui...
Antônio Samarone Santana.
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