Os Avanços da Medicina... (por Antônio
Samarone)
O amigo Leonardo (76 anos) é
chegado a novidades. Ele não abre mão de praticar “stand up” e pitar marijuana
com regularidade, extravagancias raras em sua idade. Só que dessa vez ele
exagerou.
Ignorando os meus conselhos, Leonardo
resolveu fazer um check-up completo, de ponta a cabeça. Sem dificuldades, a ciência
médica diagnosticou que ele levava uma vida desregrada. Uma constatação óbvia!
O doutor, recém-chegado de uma atualização
nos USA, indicou a monitoração permanente dos sinais vitais e dos indicadores
biológicos de Leonardo. A tecnologia tomou conta da medicina, para o bem da
humanidade.
Leonardo me apareceu com um discreto
equipamento no pulso, parecendo um relógio futurista, que acompanha o funcionamento
do corpo do abençoado, e repassa os dados on-line para um aplicativo instalado
no celular.
O equipamento mede a glicemia, o
colesterol, o PH do sangue, conta os glóbulos brancos, hemácias e plaquetas,
conta os passos, os peidos, mede a pressão arterial, a temperatura, os batimento cardíacos,
o ritmo da respiração, as vezes que se come, se senta e se alevanta, as horas de
sono, os cochilos, os arrotos, o cuspe, as lagrimas, indica a sovaqueira, o
bafo, o chulé, a água que bebe, o mijo, o volume, cor e cheiro da bosta.
A cada 45 minutos o equipamento faz
um eletrocardiograma, automaticamente, e envia o resultado, com o devido laudo
médico, para o prontuário eletrônico do cristão, que está guardado nas nuvens.
Durante a noite o sono é analisado e anotado no mesmo local. Nada escapa do
controle. Ninguém morre mais por causa desconhecida.
Leonardo perdeu o sossego, mas
está se sentindo mais seguro. O problema é que não é só medir, quantificar,
não, esses vários indicadores possuem metas a serem cumpridas. Por exemplo, o
meu amigo não pode andar menos de 12 mil passos por dia, soltar menos de 21
peidos, comer mais de 70 gr. de carne, cagar mais de 650 gramas por dia, manter
a glicemia acima de 100, e assim por diante.
A ciência médica perdeu os limites
no zelo, cuida de tudo.
A alimentação de Leonardo hoje é
toda regulada, com parâmetros científicos rígidos. Dependendo da análise
bioquímica do meio interno, do volume de fezes processada, o aplicativo calcula
automaticamente a quantidade e o que ele pode ou não comer em cada refeição. É
a inteligência artificial, que ninguém é doido desobedecer.
Leonardo continuou com o senso de
humor aguçado: pelo menos arrumei o que fazer, disse ele.
A cada 15 dias, Leonardo precisa
voltar ao médico, para conferir se as metas foram alcançadas. Nessa ocasião é
emitido um relatório minucioso, que será arquivado nas nuvens, “In saecula saeculorum”.
O equipamento é programado para funcionar
além do último suspiro. Informa quando começa a decomposição, a putrefação
orgânica. Regula a duração do velório, a hora do enterro e ainda registra
nominalmente todos os que compareceram. O equipamento tem garantias, até o
infeliz se tornar esqueleto.
Antônio Samarone.
Ôxi! Diria o baiano. Prefiro mesmo viver à moda antiga... principalmente usufruir da liberdade poética do pós setenta!
ResponderExcluirQue texto idiota.
ResponderExcluirSem pé nem cabeça.
Também escrito por quem né?
Precisa de muita coisa para fazer um texto coeso.
Tomara que não escreva mais para o bem dos leitores...
Que texto idiota.
ResponderExcluirSem pé nem cabeça.
Também escrito por quem né?
Precisa de muita coisa para fazer um texto coeso.
Tomara que não escreva mais para o bem dos leitores...
Idiotizante é a falta de compreensão e não entender que a medicina perde a cada dia o pouco que te resta de humanidade, que a falta do toque, do contato e da interação com o paciente/cliente está sendo substituída pela insensibilidade e frieza da inteligência artificial...para que exame físico se temos as grandes máquinas que revelam todas as mazelas.
ResponderExcluirAdorei o texto. Inteligente e divertido. Parabéns!!
ResponderExcluirAdorei o texto. Inteligente e divertido! Parabéns!!!
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