Um Santo sergipano... (Por Antônio
Samarone)
A Irmã Dulce foi canonizada.
Finalmente, uma Santa brasileira. O anjo bom da Bahia. Por que demorou tanto um
Santo brasileiro?
O Vaticano, por preconceito, não
reconheceu o milagre da hóstia no Juazeiro. Na véspera da Sexta-Feira Santa de
1889, a beata Maria de Araújo recebeu a hóstia das mãos do Padre Cícero, e a
hóstia consubstanciou-se em sangue. Depois, o próprio Jesus apareceu para a Beata.
Além do não reconhecimento do milagre,
o Padre Cícero Romão Batista foi excomungado. Morreu em 1934, proscrito da
Igreja. O padre Cícero virou Santo pela crença do povo de Deus, sem o aval da
igreja.
Em quase todas as casas desse
vasto Sertão nordestino, encontra-se uma imagem do Padim Ciço, menos nas igrejas.
Em 2015, o Vaticano reintegrou o padre Cícero. Aguarda-se a
santificação oficial, pois santo ele já é, pela fé do povo.
O Concílio Vaticano II
(1962/1965), reduziu a importância dos Santos. As igrejas foram esvaziadas.
Sobraram Santo Antônio, São José, São João, São Pedro, e mais um ou outro
perdido. O Vaticano II modernizou a igreja católica e perdeu fiéis.
O Vaticano II cassou os Santos
não canonizados, criados pelas crenças populares. A revogação do Concílio de
Trento (1545/1563) dessacralizou muita coisa. A Igreja católica começou a
perder fiéis, esvaziar.
Até a minha mãe, filha de Maria,
devota de Santo Antônio, virou Crente. Ela e todas as suas irmãs. Lembro-me do
espanto da minha Vó Maria do Céu: “Eu é que não mudo, nunca vi um Crente virar Santo.”
Eu também não!
A igreja católica está retornando
à Trento, pelo menos quanto aos Santos. Viva a Santa Dulce! Queremos mais
Santos, mais, quanto mais melhor, pelo menos um por cada estado nordestino. O Ceará já tem o seu, falta só o diploma.
Para começar por Sergipe, eu lanço
a candidatura do Padre Pedro. Ou alguém acha que o Padre Pedro não merece?
Eu sei, o Frei Miguel, o apostolo
de Aracaju, já está sendo beatificado. Mas era italiano.
Antônio Samarone.
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