A Era do Vazio (por Antônio Samarone)
Este poema venceu um recente concurso
aqui em Sergipe.
“Tec lec; tec bec e tec peque;
Lec tec, bec tec e peque tec.
Nada é nada...
Tudo é tudo...
O mundo é redondo ou plano, sobretudo!
Plano e redondo é o mundo da alvorada...
Nada é nada
Tudo é tudo.”
Inconformado, procurei o
coordenador do concurso para indagar: não entendi nada, o que é que o poeta quis
dizer, com a sua arte?
O coordenador me respondeu
ríspido: “não precisa entender, basta sentir. Poesia não precisa dizer nada, é
arte. Sinta a beleza. A arte não precisa da realidade. A arte é pura, bela, vem
da alma humana antes do pecado original. A alma é eterna e a arte é imortal.”
“Acabe com essa mania de querer politizar
a arte, encontrar significados, isso é puro oportunismo. A arte existe para
acariciar a alma, que vive angustiada com a morte de Deus. A arte nem é verdade
nem mentira, é só arte.”
“A arte se basta, entendeu?”
Não, não entendi, até piorou.
Além de continuar sem entender a arte da poesia, não entendi a explicação. A conversa ia render, mas deixei prá lá, o cabra é meu amigo, e não quero criar mais desavenças.
Antônio Samarone.
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