domingo, 10 de junho de 2018

ITABAIANA - A FESTA DOS CAMINHONEIROS



Itabaiana – A Festa dos Caminhoneiros.

Primeira metade do século XX – Itabaiana centrava-se na agricultura de subsistência, nos pequenos comerciantes e nos tropeiros. Os burros levavam as os produtos agrícolas até Roque Mendes, e em Riachuelo, e de lá embarcavam para Aracaju de Veleiros. Viramos a cidade celeiro, com predominância da vida rural. A cidade era pobre. As casas em sua maioria eram de rancho. Na cidade moravam os artesões, com destaque para os alfaiates, sapateiros e ourives. Até hoje o ouro é forte na cidade. As artes que predominavam: música, fotografia e historia. Grande peso religioso e cultural da igreja católica.

Segunda metade do século XX - Duas importantes transformações ocorrem em Itabaiana: a chegada da BR-235 e do Ginásio Murilo Braga. A Estrada permitiu a expansão do comercio, os talentosos cresceram: esse período produziu Oviedo Teixeira, Mamede, Pedro Paes Mendonça, Gentil Barbosa, Albino Silva da Fonseca, entre outros; e a expansão do setor de transportes. Os tropeiros viraram caminhoneiros. Hoje somos a capital brasileira dos caminhoneiros. Pelo lado do Ginásio, produzimos doutores, professores, engenheiros, intelectuais que pensaram Itabaiana e Sergipe.  Se destacaram nas universidades. Foi essa geração que criou a Associação Sergipana de Peregrinos, a Academia Itabaianense de Letras, entre outras entidades, que semeiam e colhem a cultura na cidade.

Itabaiana possui três grandes pilares, que unem os Itabaianenses: Santo Antônio, o Time da Associação Olímpica e os Caminhoneiros. Os dois primeiros serão analisados em outro momento, vamos ao último. Itabaiana não é a capital brasileira dos caminhoneiros pelo número per capita de veículos na cidade, não, isso é um detalhe. A questão é de ordem cultural: o espírito do caminhoneiro domina a cidade.

Hoje assisti a uma carreata mirim, com a participação de mais de cinco mil crianças, puxando os seus carrinhos. É a maior do mundo, nesse gênero. Os Itabaianenses possuem a alma dos caminhoneiros. A coragem, a aventura e o apego ao trabalho. Além da questão econômica, a alma do caminhoneiro tem face própria, o seu lado cultural. Os significados e as narrativas sobre esse “espírito de caminhoneiro” estão sendo socialmente construídos. Parece claro a vinculação com Santo Antônio, vários carrinhos são decorados com o Santo. Além da intensa participação nas trezenas, sendo os responsáveis pela organização da última, a do dia 12/06. O trabalho está apenas começando.
Antônio Samarone.

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