A Saúde ainda tem jeito em Sergipe?
Existe um consenso, a precariedade da Saúde no Estado de Sergipe. Ao
lado da segurança pública, a Saúde ostenta a liderança das insatisfações.
Como tirar a Saúde do buraco? É preciso evitar duas simplificações: que
existem saídas fáceis; ou que não tem jeito. O Estado gasta mais de 1 bilhão
por ano. É suficiente? Para oferecer o atual padrão de serviços é muito, para
prestar um serviço descente é pouco. Entretanto, sem uma gestão
profissionalizada, botar mais recursos, é jogar dinheiro fora e aquecer a
corrupção.
Não existem nem receitas prontas, nem salvadores da pátria. Depende de decisão
política e coragem, para se romper com interesses poderosos, em várias frentes.
A resposta não seria imediata, resistências e boicotes surgiriam. Contudo, a
restauração da Saúde requer providências iniciais, para se construir uma
plataforma necessária:
a)
Gestão profissionalizada –
afastar imediatamente as indicações sem critérios dos políticos. Por fim ao
loteamento dos cargos, o vergonhoso aparelhamento da Saúde. Isso é possível?
b)
Regulação técnica e pública – por
fim ao acesso aos serviços, cirurgias e exames, por intermediação política.
Acabar com os furas filas.
c)
Transparência – tornar público os
contratos. Informar on-line quanto se paga, a quem, e quais os serviços são
prestados. Único caminho para reduzir a corrupção.
d)
Controle informatizado e on-line
de pessoal e insumos. Imediata implantação do prontuário eletrônico.
e)
Priorização da rede básica.
Isso feito, inicia-se o planejamento das ações, centrado na
epidemiologia e na participação social. A médio e longo prazo, apareceriam os
resultados. É uma mudança cultural profunda, inclusive dos usuários e
profissionais da saúde. É possível, mas nada fácil.
Claro, não estou falando desse final de governo, onde quase tudo já está
a serviço da disputa eleitoral. Eu falo quase tudo. Raríssimo o setor da Saúde sem
um donatário político. Aguardo os programas dos candidatos ao governo, nas
próximas eleições.
Antonio Samarone.
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