A hagiografia e a medicina...
Lendo sobre a vida de Santa Catarina de Siena (1347 – 1380), observo
que ela se tornou santa, basicamente, alimentando-se de pão e ervas. Ainda
adolescente, adotou uma dieta rigorosa de emagrecimento, rejeitava outros
alimentos, e recorria ao vômito quando lhe forçavam comer. Encontrava-se e
conversava regularmente com Jesus Cristo.
Apesar do jejum rigoroso, Catarina possuía grande vitalidade, era uma incansável.
Duas suspeitas na época: ou estava possuída pelo demônio, era uma bruxa; ou
tinha recebido as graças divinas, era uma Santa. Prevaleceu a segunda opção.
A mesma Catarina na era vitoriana, final do século XIX, seria
diagnosticada e tratada pela medicina como portadora de uma síndrome histérica.
Agora, com os “avanços científicos” da medicina pôs moderna, a mesma Catarina
seria portadora de um transtorno alimentar (F50, do CID), com sintomas
psicóticos. Santa Catarina seria uma cliente da psiquiatria e da indústria
farmacêutica. Viva Santa Catarina...
Antônio Samarone.
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