MANOEL BOMFIM (Academia dos
Esquecidos)
Intelectual e escritor sergipano,
pouco lembrado em Sergipe. Um rebelde, que construiu um contra discurso aos conservadores.
Combatido por Sílvio Romero e Oliveira Viana. O nacionalismo foi o traço marcante
da obra de Manoel Bomfim. Combateu as teorias racistas de sua época, da supremacia
de raças e a da eugenia. Insurgiu-se contra o bacharelismo rico de axioma e
formulas mortas, o saber livresco, sobretudo das classes dirigentes da América
Latina.
Manoel Bonfim nasceu em 8 de agosto
de 1868 em Aracaju/SE, filho de Paulino José do Bomfim e Maria Joaquina do Bomfim.
Formou-se em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro em 1890, defendendo a
tese “Das Nefrites”. Em 1891, foi nomeado médico da Secretaria de Polícia,
tornando-se tenente-cirurgião da Brigada Policial do Distrito Federal. Considerado
por Darcy Ribeiro, como o fundador a antropologia brasileira.
Em viagem a Paris (1902), desenvolveu
seus estudos em Psicologia, tendo frequentado o Laboratório de Psicologia anexo
à Clínica Jouffroy, em Saint'Anne. Neste período, Bomfim estudou com George
Duma e Alfred Binet, com quem planejou a instalação do primeiro Laboratório de
Psicologia Brasileiro, instalado em 1906 no Pedagogium, do qual foi diretor por
quinze anos. De volta ao Brasil, foi nomeado diretor da Instrução Pública.
Autor de várias obras: América
Latina: Males de Origem; O Brasil na América; O Brasil na História e O Brasil
Nação: Realidade da Soberania Brasileira. Redator do República, Educação e
Ensino, fundou a Universal. Colaborou na Notícia, Tribuna, Jornal do Commercio,
Illustração Brasileira, O Paiz. Escreveu: Parecer sobre as águas do rio Poxim, Compendio
de Zoologia, Alucinações auditivas dos perseguidos, Olavo Bilac, O ciúme, A
obra do germanismo, Noções de Psychologia.
Segundo Thetis Nunes, Bomfim era um “Estudioso
apaixonado dos problemas brasileiro, ao diagnosticar os seus males, ele foi
além de Sílvio Romero. Imbuído da sociologia de Gabriel Tarde, de um biologismo,
as vezes exagerado, também conheceu os teóricos marxista como se percebe
através das citações de Engels, Marx, Lenine e Jaurès, entre outros.”
Bomfim defendia que os males do
atraso brasileiro não era consequência de nossa composição étnica, climática ou
de uma hipotética inferioridade de raça devido à mestiçagem. Em sua
compreensão, para o Brasil se tornar um país democrático e progressista era
necessário investir na educação.
Deputado federal por Sergipe (1907) e
Secretário de Educação do Distrito Federal. Em 1918, foi condecorado pelo rei
da Bélgica com a Ordem de Leopoldo. Existe uma excelente biografia do
intelectual sergipano: O Rebelde Esquecido, Tempo Vida e Obra de Manoel Bomfim,
de Ronaldo Conde Aguiar. Manoel Bomfim, faleceu em 21 de abril de 1932, no Rio
de Janeiro/RJ, com 63 anos.
Antonio Samarone.
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