A memória é um peso.
(por Antonio Samarone)
A arquitetura é retrato de uma época, de um modo de vida, da economia e da cultura.
Da velha Itabaiana, pouco sobrou!
Os seus sobrados de taipa foram demolidos. A casa de Zeca Mesquita foi abaixo. Derrubaram até a Igreja Presbiteriana de Eulina Nunes. Resta muito pouco.
Na Praça da Igreja sobraram as duas casas das fotos. A casa de Chico do Cantagalo e o cartório de Serapião. As duas à venda, ou seja, com os dias contados. Será o fim do casario, da primeira metade do século XX.
Na nova Itabaiana predomina o estilo arquitetônico de Melcíades Souza. Eu não sei analisar, não sou do ramo. Sei que a arte de Melcíades e seus imitadores é dominante. Estilo que se espraiou pelo Agreste. Caiu no gosto dos Itabaianense, representa uma visão de mundo.
Junto com Melcíades, fotografei as suas principais casas. Ele me explicando o que significava cada curva, cada círculo, a altura do pé direito, os jardins, o blindex, o alumínio. Tudo! Infelizmente, nunca encontrei um arquiteto que quisesse descrever o estilo melcidiano.
Itabaiana está para Melcíades, como Barcelona para Gaudi.
Melcíades de Durval do Açúcar, foi o nosso maior talento.
Voltando, a memória arquitetônica será apagada! O preço da preservação é elevado.
O sentimento de preservação é amplamente minoritário. Restarão as fotos.
Antonio Samarone. Médico sanitarista.
quarta-feira, 30 de agosto de 2023
A MEMÓRIA É UM PESO
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