O veneno está na mesa... (por Antonio Samarone)
O agronegócio está centrado na grande propriedade, e na tríade tecnológica: agrotóxico, sementes transgênicas e fertilizantes químicos. Na safra de 2015/2016, esse setor pulverizou sobre as suas lavouras no Brasil, através de máquinas costais, tratores ou aviões, um bilhão de litros de agrotóxico.
Os agrotóxicos são produtos químicos ou biológicos tóxicos usados para eliminar as “pragas” da lavoura. (ervas daninhas, insetos, fungos, nematoides, ectoparasitas, infestação de ratos, etc.).
Os agrotóxicos químicos mais usados no Brasil são os organofosforados, carbamatos, piretróides, fenoxiacéticos, dipiridilos, dinitrofenóis, glicina substituída e neonicotinóides.
No fundo, a praga é o próprio veneno.
No fundo, a praga é o próprio veneno.
Somente 1% do veneno pulverizado por aviões atingem o alvo; 99% vão contaminar o solo, as águas e o ar. Os venenos agrícolas são residuais. Os organoclorados foram proibidos em 2013, e ainda se encontra resíduos no meio ambiente, nos alimentos, no sangue, nas gorduras e no leite materno humano.
A intoxicação pode ocorrer no trabalho, no meio ambiente e nos alimentos. Deu para entender porque o veneno está em nossa mesa?
Cerca de 130 empresas fabricam agrotóxico no Brasil. Em 2010, essas empresas tiveram um faturamento líquido de 15 bilhões de reais. Dessas empresas, apenas seis, Monsanto, Syngenta, Dow, Dupont, Bayer e Basf, controlam 68% das vendas, constituindo-se num oligopólio.
Existem comprovações científicas que os venenos agrícolas podem causar câncer, malformações fetais, doenças neurológicas e imunológicas, disfunções hormonais e transtornos mentais. Essas doenças têm aumentado, em especial nas regiões de largo uso dos agrotóxicos.
Os Ministério da Saúde, Agricultura e Meio Ambiente não possuem qualquer registro da relação agrotóxico doenças crônicas. Os médicos não costumam perguntar pela ocupação dos seus pacientes, muito menos sobre a qualidade da alimentação. Apareceu o câncer, vamos começar a quimioterapia.
O agronegócio está centrado na tríade tecnológica: agrotóxico, sementes transgênicas e fertilizantes químicos. Na safra de 2015/2016, esse setor pulverizou sobre as suas lavouras, através de máquinas costais, tratores ou aviões, um bilhão de litros de agrotóxico.
Os agrotóxicos contaminam os trabalhadores que manipulam, os solos, as águas, o ar, a chuva e os alimentos. Trata-se de um exemplo clássico de que quando existe conflito entre os interesses econômicos e saúde da população, a saúde é ignorada.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os agrotóxicos utilizados na produção da maioria dos alimentos no Brasil causam danos ao meio ambiente e à saúde do produtor rural e do consumidor. Sempre que possível, dê preferência aos alimentos agroecológicos ou orgânicos.
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxico no mundo.
Antonio Samarone.
Nenhum comentário:
Postar um comentário