Imortais de província...
Maceta (Agdo Oliveira Santos, nos documentos), filho de Zé Bigodinho e
Dona Irene, da cepa dos ferreiros. Nascido à 11 de junho de 1950. Encarnou o
típico Itabaianense: xistoso, ácido, irônico por índole e sarcástico por
necessidades. Maceta era temido e invejado, por sua inteligência anárquica e
desconcertante.
Maceta faleceu há 26 anos, em 06/01/1992, ainda jovem, mas em qualquer
bate-papo entre Itabaianenses da sua geração, as suas estórias são contadas e
recontadas. Suas graças, tiradas, armações, sátiras são relembradas. A
capacidade criativa de Maceta era infinita. A companhia de Maceta era
disputada. O papo inteligente, as piadas, gracejos, e causos reais e inventados.
Maceta conhecia a alma humana.
Maceta foi advogado, formado na tradicional escola do Recife. Viveu
intensamente, ignorando regras e convenções. Um boêmio a moda antiga. Maceta construiu
uma narrativa bem-humorada da província. Não deixou nada escrito, mas as suas
estórias circulam no boca-a-boca. Maceta não foi rico, nem poderoso, nem
importante, mas construiu um mundo simbólico. Alargou a vida da sua aldeia,
botando uma boa pitada do universal.
Antonio Samarone.
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