segunda-feira, 9 de julho de 2018

CEM ANOS DA GRIPE ESPANHOLA EM SERGIPE.



Cem anos da gripe espanhola em Sergipe

Em 20 de outubro de 1918, aportou em Aracaju o Vapor Itapacy, com seis pessoas infectadas pela gripe espanhola. Os enfermos foram encaminhados ao Lazareto, para a devida quarentena, dois morreram. Em 04 de novembro, a gripe tinha se espalhado pelo estado. Foi a nossa última epidemia, a se manifestar de forma pestilencial.

O Governo em pânico apressou-se em constituir uma equipe médica, para enfrentar a Peste. Octaviano Melo, diretor da Saúde Pública, e Pimentel Franco, diretor da Assistência Pública, enviaram convites para todos os médicos do estado. Aceitaram a convocação os dr. Álvaro Teles, Berillo Leite, Jessé Fontes, Carlos Menezes, Silva Melo, Alexandre Freire e Eronides de Carvalho. Rejeitaram a missão Augusto Leite e Helvécio Andrade, alegando falta de tempo. Pela falta de médicos, o Governo foi obrigado a comissionar farmacêuticos.

Augusto Leite respondeu desta forma a convocação da Saúde Pública: “Em resposta ao vosso oficio, cumpre-me dizer-vos que não é possível acudir o vosso apelo, pois a orientação e distribuição dos trabalhos impostos, por essa Diretoria, aos profissionais, não se coadunam com os meus encargos de médico do hospital Santa Izabel e com os meus serviços, agora redobrados, de clínico nesta capital.”

Como os recursos do Departamento de Saúde Pública eram insuficientes para enfrentar a Peste de gripe espanhola, a sociedade mobilizou-se para ajudar. Destacaram-se nesse combate a Loja Maçônica Cotinguiba, Associação Comercial, Escola Salesiana, Hospital Santa Izabel, Asilo Rio Branco, as fabricas Sergipe Industrial e Confiança.

Na falta de médicos, o padre Abílio Mendes montou um posto de atendimento na farmácia de Cesartina Regis, no bairro Santo Antônio. O estado entrou em pânico com a gravidade da gripe. No início de 1919, em menos de quatro meses, já haviam sido registrados 25.910 casos de gripe espanhola em Sergipe, com 997 óbitos. As duas cidades mais atingidas foram Aracaju, com 229 óbitos; e Itabaiana, com 120 óbitos. A gripe espanhola dizimou a população em Sergipe, com todas as características de uma Peste. Foi a última.

Antonio Samarone.

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