quinta-feira, 27 de junho de 2019

O LIBERALISMO EM SERGIPE



O Liberalismo em Sergipe. (por Antônio Samarone)

A novidade da última eleição foi o surgimento de um eleitorado de direita, na verdade, de extrema direita. Uma das características desse eleitorado é a pouca experiencia na política. São ideologicamente noviços. Gente alheia as lides políticas. Sempre tiveram os seus interesses garantidos, sem precisar envolver-se nas disputas.

Surgiu uma militância de direita, visível nas redes sociais e em manifestações de rua. Como consequência, surgiram outros líderes no campo conservador. Políticos defendendo teses, doutrinas, professando ideologias, pregando o novo.  Antes, a força da direita tradicional estava no poder econômico, no prestígio familiar e pessoal e nas estruturas de poder (na máquina). Os novos líderes precisaram acrescentar um discurso ideológico.

Em Sergipe, um dos novos, é um médio empresário que entrou na política com um discurso econômico liberal, muitos dados na cabeça, boa capacidade de comunicação e a certeza de que ele é o verdadeiro novo. Ele parece acreditar no que prega e se acha a solução. O mundo empresarial de Aracaju está encantado.

O que prega o novo líder liberal?

São ideias simplificadas do liberalismo econômico, da crença na mão invisível do mercado, no estado mínimo, no darwinismo social, e na gestão empresarial do que sobrar do público. Ele repete por onde anda, como se fosse uma verdade bíblica: - “não existe almoço grátis”! Nada de políticas sociais como direito, equânimes, universais e gratuitas. Quem paga essa conta, ele pergunta!

A tese é reduzir os impostos, entregar saúde, educação, meio-ambiente, abastecimento, mobilidade, habitação e saneamento ao mercado. A solução é o livre mercado, a privatização! Quem quiser ter acesso a assistência médica que procure os planos de saúde. Aqui ele dá um exemplo: “o SUS é municipalizado, mas a prefeitura fez um plano de saúde, no IPES, para os seus funcionários. Ou seja, mesmo quem presta o serviço público não quer usá-lo.”

A questão parece simples, transformar a prefeitura numa grande empresa gerida com a lógica do mercado. Uma gestão moderna e inteligente. Diz o novo líder: “é mais barato conceder um bolsa de estudos aos meninos pobres para que eles se matriculem numa escola particular, do que manter uma onerosa rede municipal de ensino.”

Do mesmo modo, continua o novo líder, torna-se mais em conta contratar um plano de saúde para os necessitados, do que manter uma rede pública de assistência médica. “O poder público pode até continuar com as vacinas, matando mosquito, distribuindo camisinha, cuidando da tuberculose e da lepra, pois não acredito que essas atividades interessem a livre iniciativa”.   

“Está na hora da indústria da construção civil assumir diretamente o comando da política de habitação e urbanismo da cidade, sem intermediários, sem melindres.” O que é bom para a cidade? A resposta é técnica, afirma o novo líder.

O novo líder liberal adverte: “sou um liberal na economia, não confundir com liberal nos costumes!”
Quando se pergunta onde essa gestão empresarial da vida pública deu certo, e o que fazer com quem não pode pagar o tal almoço, as respostas não são claras.

O discurso é que a política é nociva, passível de corrupção e demagógica. A nova política não é política, entenderam? A definição de prioridades é tarefa dos técnicos, de quem entende. Por exemplo: a escola que queremos é a “sem partidos”, afirma ele de boca cheia.

Os analistas políticos em Aracaju o apontam como candidato à prefeitura, por um partido novo, com essa nova política.

O desempenho do novo líder não passou despercebido em Brasília. Existem rumores que ele em breve ocupará um cargo federal em Sergipe, indicado pelo novo governo Bolsonaro. Uma questão de justiça!

Antônio Samarone.  

2 comentários:

  1. Bom saber que o liberalismo econômico está na "boca do povo", inclusive da esquerda.
    O texto - pra variar - está distorcido visando, de certa forma, desqualificar a real solução para nosso país, tão maltratado pelos populistas.
    Mas é bom ver que entramos na linha de frente.

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  2. A proposito, a imagem não nada a ver com a matéria

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