A ciência censurada. (por Antônio
Samarone)
Eu recebi o relatório completo da
pesquisa sobre drogas da Fiocruz, censurada pelo obscuro ministro osmar terra. Governos
ditatoriais, costumam discordar das ciências quando os resultados contrariam os seus interesses.
A história registra um caso clássico:
As ciências biológicas sofreram
na União Soviética. O comissário para a ciência, camarada Trofim Lysenko, por
razões ideológicas, negava as leis da hereditariedade, descobertas pelo monge
agostiniano checo Gregor Mendel. As leis de Mendel não se enquadravam no
materialismo dialético.
O ministro osmar terra é o novo
Lysenko.
O que incomodou ao ministro
politiqueiro foi que a pesquisa apontou o álcool (droga lícita), que paga
impostos, faz propaganda na TV e financia eventos, como o maior problema da
saúde pública:
“A prevalência do uso de bebidas
alcoólica em 30 dias, na população brasileira entre 12 e 65 anos, foi de 30,1%
- o que representa aproximadamente 46 milhões de habitantes.” É muita “cachaça”
por mês...
“Aproximadamente 2,3 milhões de
pessoas entre 12 e 65 anos apresentaram dependência de álcool nos 12 meses
anteriores à pesquisa. É importante ressaltar que 119 mil dependentes eram
adolescentes de 12 a 17 anos.”
O que o ministro não esperava é a
existência de mais alcoólatras que maconheiros.
A pesquisa comparou as consequências
(acidente de trânsito, violências e lesões acidentais) entre os que usam o álcool
e os que usam as drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, LSD...). Os
resultados apontaram o álcool como o principal vilão.
O ministro osmar terra não se
conforma com os resultados da prevalência do uso de drogas ilícitas (conforme
a tabela postada). O ministro acredita na existência de uma epidemia de
usuários, o que não foi confirmado pela pesquisa.
Recentemente o próprio presidente
Bolsonaro criticou os dados do IBGE sobre o desemprego.
Passa a valer a vontade dos
poderosos.
Antônio Samarone.
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