Os peregrinos vão homenagear Conselheiro,
em Itabaiana. (Por Antônio Samarone)
Um amiga, doutora em filosofia,
me fez uma pergunta intrigante: - por que os peregrinos vão homenagear Conselheiro,
e por que escolheram logo Itabaiana? Diante da douta ignorância, sou obrigado a
explicar.
Antonio Vicente Mendes Maciel (Conselheiro),
nunca se intitulou de “Bom Jesus Conselheiro”; em nenhum momento se hipostasia
de santo ou divindade; nos dois manuscritos existentes sobre as pregações dele.
Conselheiro não fazia milagres,
não era médico, nem curandeiro, nem sacerdote e nem farmacêutico. Ele sabia que
não era profeta, apenas pregava os evangelhos e espalhava a palavra. O único
epiteto que ele se atribui é o de PEREGRINO.
Canudos foi uma sofrida tentativa
de construção de uma nova forma de organização social, de uma nova forma de vida
no Sertão, tão bem captada por Mario Vargas Llosa, em seu famoso “Guerra do Fim
do Mundo” (Nobel de literatura). Com os estudos de Calazans, caiu por terra a
versão de Nina Rodrigues, sobre a Loucura Epidêmica de Canudos, publicada em
1897.
Foi o historiador sergipano José
Calazans Brandão da Silva quem reescreveu a história de Canudos; defendeu que
Canudos não foi um caso de “loucura coletiva” dos conselheiristas, jagunços e
fanáticos; e que Conselheiro não era um herege lutando contra a República. A
primeira versão popular sobre Canudos, Calazans ouviu de uma senhora de ITABAIANA
(segundo a historiadora Terezinha Oliva).
Entenderam porque uma Associação
de Peregrinos vai homenagear Conselheiro em Itabaiana?
Antônio Samarone.
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