segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

POR QUE OS PEREGRINOS VÃO HOMENAGEAR CONSELHEIRO, EM ITABAIANA?



Os peregrinos vão homenagear Conselheiro, em Itabaiana. (Por Antônio Samarone)

Um amiga, doutora em filosofia, me fez uma pergunta intrigante: - por que os peregrinos vão homenagear Conselheiro, e por que escolheram logo Itabaiana? Diante da douta ignorância, sou obrigado a explicar.

Antonio Vicente Mendes Maciel (Conselheiro), nunca se intitulou de “Bom Jesus Conselheiro”; em nenhum momento se hipostasia de santo ou divindade; nos dois manuscritos existentes sobre as pregações dele.

Conselheiro não fazia milagres, não era médico, nem curandeiro, nem sacerdote e nem farmacêutico. Ele sabia que não era profeta, apenas pregava os evangelhos e espalhava a palavra. O único epiteto que ele se atribui é o de PEREGRINO.

Canudos foi uma sofrida tentativa de construção de uma nova forma de organização social, de uma nova forma de vida no Sertão, tão bem captada por Mario Vargas Llosa, em seu famoso “Guerra do Fim do Mundo” (Nobel de literatura). Com os estudos de Calazans, caiu por terra a versão de Nina Rodrigues, sobre a Loucura Epidêmica de Canudos, publicada em 1897.

Foi o historiador sergipano José Calazans Brandão da Silva quem reescreveu a história de Canudos; defendeu que Canudos não foi um caso de “loucura coletiva” dos conselheiristas, jagunços e fanáticos; e que Conselheiro não era um herege lutando contra a República. A primeira versão popular sobre Canudos, Calazans ouviu de uma senhora de ITABAIANA (segundo a historiadora Terezinha Oliva).

Entenderam porque uma Associação de Peregrinos vai homenagear Conselheiro em Itabaiana?

Antônio Samarone.

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