O Saneamento Ocultado (por
Antônio Samarone)
O saneamento básico não é uma
questão ideológica, de disputa esquerda X direita. O saneamento é uma questão
ambiental e de saúde pública.
Os serviços de saneamento em Aracaju são de baixa qualidade, os nossos rios são cloacas contaminadas, em
alguns lugares fedem. Como agravante, as tarifas cobradas são extorsivas.
A estatal que possui o monopólio
do saneamento em Sergipe (DESO) é uma empresa agonizante, gerida sob a sombra
da politicagem.
O Plano Nacional de Saneamento (PLANASA),
elaborado pela ditadura militar em 1970, no contexto do milagre econômico,
financiado pelo BNH, foi quem criou esse modelo de monopólio estatal do
saneamento.
A titularidade do saneamento é
municipal, mas os prefeitos fingem que o problema não é deles. Essa é uma
questão que precisa de gestores. O populismo não ajuda.
Os políticos não gostam do
saneamento, as obras são enterradas e a população possui baixa consciência
sanitária. O serviço precário só incomoda quando a privada entope, e a descarga
não resolve. Qual o destino final dos dejetos? Pouco importa!
Saneamento nem dá e nem tira
votos, é o pensamento dominante entre os políticos.
Aracaju é uma cidade dependente
do saneamento, desde a sua fundação. Aracaju é um grande aterro embelezado,
como dizia Luiz Antônio Barreto.
Aracaju foi construída num área
ambientalmente frágil. Confluência de vários rios, manguezais, apicuns,
charcos, lagoas, dunas e restingas. Não é possível se falar em qualidade de
vida em Aracaju sem enfrentar a questão ambiental.
Luzes de led, asfalto e
propaganda não fazem uma boa gestão.
Espero que as eleições municipais
de 2020 em Aracaju, coloquem a questão ambiental e do saneamento básico em
pauta, contrariando os marqueteiros políticos.
Antônio Samarone.
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