Não sou robô! (por Antônio Santana)
Quando publicado em 1949, o livro
de George Orwell (1984), pareceu uma ficção exagerada. Uma visão improvável. O
livro foi uma advertência: “do jeito que o mundo anda, a humanidade perderá
qualquer sentido, os homens se tornarão autômatos, sem alma, e sem consciência disso.”
Esse tempo chegou?
O pensamento ocidental perdeu a
fé na capacidade do homem de criar um mundo de justiça e paz. Essa confiança que
vem do pensamento grego e dos profetas do Velho Testamento, que pregavam a
vinda do Messias, acabou.
Parece que nem teremos o
milenarismo, nem Dom Sebastião voltará...
Com o iluminismo, Thomas More
pensou numa cidade utópica, um reino de felicidades. A Cabana do Pai Thomaz fez
grande sucesso com as suas ideias socialistas. Era a esperança na perfeição individual
do homem.
Não se acredita mais nisso!
Os livros 1984, de Orwell, e o
Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, são utopias negativas que começam a se
realizar.
Há 400 anos, no início da Era
Moderna, o homem era repleto de esperança. Hoje, caiu no desencanto.
Na utopia de Orwell, 1984, o
homem perde a sua identidade através da manipulação ideológica e psicológica por
parte de uma burocracia estatal totalitária. O homem perde a liberdade, vigiado
pelo terror e tomado de medo. Não era uma crítica apenas ao stalinismo
soviético, mas também a todo mundo industrializado e capitalista.
Há quem diga que esse tempo
chegou.
A partir da hegemonia do
neoliberalismo, do mercado financeiro e da globalização o mundo passou a ser comandado pelo Big
Data, pelos algoritmos, pela inteligência artificial e pela automação. O homem
está vigiado pelas redes sociais e perdeu o que restava da sua humanidade.
Hoje o computador já nos pede comprovação
que somos humanos, e não robôs. Em certos aplicativos, a operação só continua
quando marcamos um X no local solicitado pela máquina.
( ) Não
sou robô!
Antônio Samarone.
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