Os Caminhos de Sergipe. (por Antônio
Samarone)
Uma novidade, Sergipe terá um
Plano Decenal de Desenvolvimento Sustentável (2020 – 2030). O último, “Problemas
de Base de Sergipe”, foi elaborado pela Federação da Indústria, em 1960. Lá se vão
sessenta anos.
O presidente da Assembleia
Legislativa, Luciano Bispo, anunciou a contratação da Fundação Dom Cabral, uma
escola de negócios mineira, para em oito meses, ouvindo a sociedade sergipana, elaborar
esse recurso de planejamento.
Não se trata de planejar a gestão
de um governante, as suas ações administrativas, como pensou uma autoridade
municipal presente. Não! A iniciativa é bem mais ampla. É o planejamento dos
destinos da economia do estado, por dez anos. Uma imitação do que faziam os países
socialistas, e que ainda faz a China. A economia de Sergipe vai ter um rumo por
dez anos.
Essa pretensão confronta o neoliberalismo
professado pelo governo Federal. Na visão dominante, não cabe ao estado coordenar
a economia, muito menos comandá-la. O progresso depende do livre mercado, da
liberdade econômica, cabe ao estado não atrapalhar.
Na solenidade, um decano de
economia de alma conservadora, cochichou ao meu lado: “que pretensão, onde o
estado vai arrumar recursos para os investimentos”? “A economia hoje é globalizada,
os investidores não tomarão nem conhecimento das pretensões sergipana,”
insistiu o meu amigo neoliberal.
Eu retruquei: de todo o jeito a
iniciativa é meritória. Alguém precisa repensar Sergipe. Eu como acredito que o
mercado precisa ser regulado pelo estado, com rédeas curtas, saí animado com a
iniciativa.
Na última década, a economia sergipana
despencou. A modelo de desenvolvimento iniciado em 1960, com a chegada da
Petrobras, centrado em empresas estatais de mineração se esgotou.
Até agora ninguém apontou um
caminho para a economia sergipana. É quase tudo na base do improviso! Lembram-se
que durante a campanha foi anunciado um projeto que criaria cem mil empregos?
Que fim levou esse projeto?
Num estado onde o poder público
padece de indigência intelectual, contratar uma empresa para pensar Sergipe é
um bom começo.
Vamos aguardar o Plano Decenal de
Desenvolvimento para Sergipe, da Fundação Dom Cabral.
Antônio Samarone.
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