terça-feira, 12 de novembro de 2019

OS CAMINHOS DE SERGIPE.




Os Caminhos de Sergipe. (por Antônio Samarone)

Uma novidade, Sergipe terá um Plano Decenal de Desenvolvimento Sustentável (2020 – 2030). O último, “Problemas de Base de Sergipe”, foi elaborado pela Federação da Indústria, em 1960. Lá se vão sessenta anos.

O presidente da Assembleia Legislativa, Luciano Bispo, anunciou a contratação da Fundação Dom Cabral, uma escola de negócios mineira, para em oito meses, ouvindo a sociedade sergipana, elaborar esse recurso de planejamento.

Não se trata de planejar a gestão de um governante, as suas ações administrativas, como pensou uma autoridade municipal presente. Não! A iniciativa é bem mais ampla. É o planejamento dos destinos da economia do estado, por dez anos. Uma imitação do que faziam os países socialistas, e que ainda faz a China. A economia de Sergipe vai ter um rumo por dez anos.

Essa pretensão confronta o neoliberalismo professado pelo governo Federal. Na visão dominante, não cabe ao estado coordenar a economia, muito menos comandá-la. O progresso depende do livre mercado, da liberdade econômica, cabe ao estado não atrapalhar.

Na solenidade, um decano de economia de alma conservadora, cochichou ao meu lado: “que pretensão, onde o estado vai arrumar recursos para os investimentos”? “A economia hoje é globalizada, os investidores não tomarão nem conhecimento das pretensões sergipana,” insistiu o meu amigo neoliberal.  

Eu retruquei: de todo o jeito a iniciativa é meritória. Alguém precisa repensar Sergipe. Eu como acredito que o mercado precisa ser regulado pelo estado, com rédeas curtas, saí animado com a iniciativa.

Na última década, a economia sergipana despencou. A modelo de desenvolvimento iniciado em 1960, com a chegada da Petrobras, centrado em empresas estatais de mineração se esgotou.

Até agora ninguém apontou um caminho para a economia sergipana. É quase tudo na base do improviso! Lembram-se que durante a campanha foi anunciado um projeto que criaria cem mil empregos? Que fim levou esse projeto?

Num estado onde o poder público padece de indigência intelectual, contratar uma empresa para pensar Sergipe é um bom começo.

Vamos aguardar o Plano Decenal de Desenvolvimento para Sergipe, da Fundação Dom Cabral.

Antônio Samarone.

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