segunda-feira, 23 de outubro de 2023

ACREDITAR EM QUEM?


 Confiar em quem?
(por Antonio Samarone)

A razão humana tem uma tendência para pensamentos delirantes ou assemelhados. A mente é um celeiro de ilusões. A nossa faculdade de análise é dirigida pelos desejos, interesses e ambições conscientes ou inconscientes.

Quem controla a consciência? O que é o inconsciente freudiano?

Para a ciência, a consciência é uma parte da mente, produtos do cérebro. O Eu é a consciência autobiográfica. Somos uma invenção do cérebro? A consciência somos nós, não existe uma dualidade.

A consciência é produto da evolução.

Essas verdades são frágeis. Como o cérebro, um monte de células estruturadas, produz a mente e como a mente produz a consciência?

A ciência patina, não responde de forma consistente como o cérebro faz a mente. A mente não é apenas um fenômeno físico-químico. As respostas metafísicas dependem da fé.

Não são questões simples!

A consciência é suspensa com o sono (sem sonhos), com a anestesia e com doenças cerebrais e mentais. A consciência é alterada pelo uso de substância. Como essas substâncias agem na alma?

As demências desmontam as explicações religiosas. O que ocorre com o espírito (alma)? Seguem outro caminho e abandonam antecipadamente o corpo?

A subjetividade é um imensa incógnita. A filosofia, a arte e a ciência são manifestações da mente, confirmadas ou não pela consciência.

A consciência desconfia dela própria. Aqui prá nós, uma desconfiança justificada. A fé não é necessária apenas a religião. A consciência é a mãe de todas as subjetividades.

Precisamos da fé. Talvez de uma fé objetiva, legitimada estatisticamente.

Sinto que a minha consciência anda sozinha, dirige os meus pensamentos. Também não controlo a ansiedade, ela chega. A quem cabe defender-me dessa chaga e de outras emoções patogênicas? As imagens produzidas pelas neurociências abrem fronteiras para integrar a mente ao corpo. Por fim a tradicional dualidade corpo/mente.

Acho uma bobagem interessada.

Em sentido diverso, a pôs modernidade incorporou a dualidade corpo/mente uma prótese, o celular. Somos hoje uma “trialidade”.

Urge o seu implante e a incorporação da memória do aparelho à nossa inconsistente e limitada memória. Inclusive com o acesso automático aos arquivos que estão nas nuvens.

Estou esquecendo o nome das pessoas. Sonho com uma lei que obrigue as pessoas andarem de crachá e com um código de barras na testa.

Um amigo, doutor em física, professor aposentado da UFS, acredita que a inteligência artificial é a única saída para controlar a arrogância da consciência, que a ninguém obedece.

O fanatismo político/religioso manipula eficazmente a consciência, mas com resultados duvidosos.

A inteligência artificial promete o controle da consciência pelo fanatismo racional, objetivo e planejado. Tudo sob o comando de uma nova religião, a ciência.

Estou aguardando!

Antonio Samarone – médico sanitarista.

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