A espantosa história da
psiquiatria.
Início do século XX, os manicômios
lotados de doentes mentais, e a psiquiatria sem recursos terapêuticos. Em 1917,
Julius Wagner von Jauregg, médico vienense, faz uma descoberta surpreendente:
uma paciente psicótica, em crise violenta, contraiu uma infecção respiratória,
com febre alta. Ao final do período febril a paciente ficou lúcida, e a psicose
desapareceu. Conclusão do Dr. Jauregg, a febre pode curar as doenças mentais, a
chamada piroterapia. A partir dessa maluquice, passaram a inocular germes
patogênicos nos doentes mentais, para tratar a psicose. Em alguns casos
inoculavam o sangue contaminado com malária diretamente no cérebro do paciente.
Muitos morreram, outros ficaram com lesões irrecuperáveis no cérebro e, claro,
a agressão era totalmente ineficaz. O Dr. Julius Wagner von Jauregg, pela
descoberta da conduta de infectar os doentes mentais para causar febre alta e
prolongada, recebeu o prêmio Nobel de medicina em 1927.
Outra técnica terapêutica do mesmo
período, foi a insulinoterapia, descoberta pelo médico austríaco Manfred Sakel.
Ele imaginava que se injetasse doses elevadas de insulina nos doentes mentais
eles entrariam em coma hipoglicêmico, e que se esse coma fosse repetido por
vários dias, os doentes mentais seriam beneficiados. A lesão cerebral era a
principal consequência desse tratamento, o que causava uma apatia posterior nos
doentes, vista pela equipe médica como vantajosas. A terapia da febre e a
terapia do coma foram usadas em quase todos os hospitais importantes do mundo
até a década de 1950.
Antônio Samarone.
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