José
Teles de Mendonça (Zeca), um doutor de verdade – nasceu no Sítio Aracati, no 18
do Forte, Aracaju, em 02/06/1950; filho do seu Tonico e dona Hermínia; e neto
do lendário Major João Teles, comunista dos tempos de Luiz Carlos Prestes. O dr.
Teles fez o primário com a professora dona Sinhá; e o temível exame de admissão
no Colégio Atheneu, de passado glorioso. Durante o curso ginasial, puxou diariamente
a pé do 18 do Forte ao Colégio sem reclamar. Menino pobre, o pai injustamente expulso
do Exército acusado de comunista, sem nunca ter sido; pagando pelo Major, o
sogro. O dr. Teles meteu a cara nos livros com a pretensão de ser mecânico; o
que o seu pai consertava, engenheiro mecânico. A escola pública era o caminho
para a cidadania. As dificuldades financeiras eram de tal ordem, que durante os
sete anos que estudou no Atheneu, Teles foi duas ou três vezes na cantina. Menino
do subúrbio, lateral direito de destaque nos times de peladas, Zeca incorporou
uma disciplina quase militar e estudava com disposição.
Um
fato expressa bem a personalidade que estava em formação: Teles gostava de frequentar
o Batistão, torcer pelo Confiança; e como não tinha dinheiro para o ingresso
conseguia entrar fortuitamente por um canto que tinha um manguezal. Num grande
jogo a maré estava cheia, pelo manguezal não dava, resolveu pular o muro, ali
do lado dos antigos prédios da UFS. Subiu primeiro num telhado de casa, alcançou
o muro, e num ato de coragem, pulou incontinente para dentro do estádio. Por
azar, o segurança estava escondido atrás da coluna, e não teve compaixão e
ordenou, pule de volta. Como, indagou o menino assustado, o muro tinha quase
quatro metros de altura. Não quero saber, pule de volta, insistia a
autoridade... Não havia jeito, quatro metros. O segurança pegou o menino de
treze anos pelo braço, subiu os degraus da arquibancada e desfilou com o jovem
infrator para exibi-lo como um troféu aos presentes. Nesse momento o grande
desespero de Teles era que o Pai estivesse no campo e assistisse aquela cena de
humilhação. A vergonha foi tanta, que a partir desse dia, até hoje, aos 67
anos, Teles nunca mais pisou os pés num campo de futebol.
O
menino que queria ser mecânico, foi aprovado no vestibular de medicina em 1969,
sem ter passado por nenhum cursinho e antes das cotas. Foi monitor de anatomia
e de cirurgia, e a partir do segundo ano de medicina passou a morar no Hospital
de Cirurgia. Morar mesmo, arrumou um quarto desocupado no antigo Hospital
Infantil e se mudou, de mala e cuia. Dormia e acordava dentro do hospital. Quando
chegava um cadáver para a anatomia, no outro dia já amanhecia dissecado, Teles
passava a noite bisbilhotando o morto. Não perdeu tempo, entrou na equipe de
Cirurgia de Bragança (o velho), Djenal e Felizola; o que tinha de melhor na
antiga cirurgia, onde se fazia de tudo. No quarto ano Teles já operava sozinho.
Durante o curso de medicina foi professor de física no Atheneu, de onde tirava
a sobrevivência. No tempo que sobrava, metia-se nos plantões do Pronto Socorro.
Só fazia estudar. Ao final do curso, em 1974, resolveu que deveria sair de
Sergipe para especializar-se em cirurgia torácica. Durante a residência médica de
dois anos no Rio de Janeiro, as circunstâncias levaram-no para a cirurgia cardíaca.
De
volta a Sergipe, em 1977, foi dirigir a primeira UTI de Sergipe, criada pelo
Dr. José Augusto Barreto no Hospital de Cirurgia, em 1972. Em paralelo, o Dr,
Teles iniciou a organização do primeiro serviço de cirurgia cardio torácica em
Sergipe. Em parceria com novos cirurgiões, Valdinaldo e Calumby, montou uma equipe
de estudantes (Marcos Ramos, Marcos Lemos, Geodete Batista, Luíza Dórea, Edson
Franco e Rika Kakuda), essa foi a primeira “liga” organizada em Sergipe. Dessa
equipe também participou o atual Prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, que
segundo o Dr. Teles, “o Prefeito era um aluno interessado, inteligente, habilidoso
e possuía um talento evidente para a cirurgia”.
No dia 12 junho
de 1969, foi realizado a primeira
cirurgia cardíaca em Sergipe. A equipe de médicos, liderada pelo Dr. Mauro
Arruda do Instituto de Cardiologia de Recife, auxiliado pelos Drs. Fernando
Sampaio e Antonio Eduardo Conde Garcia, e assistida pelos clínicos Gilton Machado
Resende, José Augusto Barreto e Diertrich Todt; atuou como anestesista o Dr. José
Carrera e o acadêmico Hélio Araújo como instrumentador. A histórica cirurgia
consistiu na implantação epicárdica de um marca-passo, no paciente Manuel Pedro
de Menezes, de 65 anos de idade. A cirurgia durou três horas e foi realizada no
Hospital das Clínicas Dr. Augusto Leite. Em julho de 1978, o Dr. Teles realizou
a primeira cirurgia cardíaca em Sergipe, com circulação extracorpórea, na
paciente Ermita Gonzaga. Em julho de
1986, a mesma equipe do Dr. Teles realizou o primeiro transplante cardíaco em
Sergipe. O serviço de cirurgia cardíaca funciona
atualmente no Hospital do Coração e já realizam mais de dez mil cirurgias.
Em
1977, o Dr. Teles tornou-se professor de cirurgia da Faculdade de Medicina da
UFS. Hoje é um profissional reconhecido mundialmente, trabalhos publicados em
importantes revistas científicas, criador de técnicas cirúrgicas que levam o
seu nome, pesquisador reconhecido, postura ética humanista, e muita
simplicidade. Dr. Teles é casado com Lícia Resende, odontóloga, pai de dois
filhos, Vivian e Victor, e avô de quatro netos. Ao final, perguntamos ao Dr.
Teles o que seria um bom médico, e ele resumiu: “o bom médico é que sempre escuta
o paciente, algumas vezes com os ouvidos, outras vezes com os olhos, e sempre
com o coração.”
Antonio Samarone de Santana.
Hoje pela liguei para o hospital do coração para uma consulta...ele não faz mais consulta foi o que eu ouvir...mais moça eu gostaria que ele olhasse uns exames do meu sogro...logo após recebi uma ligação de volta dizendo que eu poderia ir que DOUTOR TELES iria nos receber...nos recebeu e conversou mais de uma hora e meia conosco e sem nada a cobrar...esse homem foi humilde,gentil,educado e várias outras qualidades...então fiquei interessada em procurar aqui pelo Google sobre ele...fiquei mais feliz em conhecer a história de vida dele.
ResponderExcluirDia 28 do dois 2012 ele realizou uma cirurgia na minha filha delicada e nunca foi testado em paciente nenhum ela tinha apenas 21 dias de vida ele fez uma transposição de grandes vasos muitas crianças que ele fez essa cirurgia não resistiu minha filha foi a primeira a resistir hoje ela está com nove anos só tenho agradecer a Deus primeiramente e depois é esse médico Dr Teles que é um anjo aqui na terra uma pessoa humilde gentil e de bom coração hoje posso dizer que minha filha é um milagre de Deus, Deus usou Dr Teles creio que ele é uma pessoa usada por Deus aqui na terra
ResponderExcluirVerdade
Excluircinco anos depois fui no hospital do coração para mostrar minha filha ele como estava grande fiquei emocionada ao ver ele ali com toda amor recebendo a minha filha com carinho e ele também ficou muito feliz ao ver ela novamente
ResponderExcluirExcelente médico,eu e esposa ficamos triste com venda do HC p o primavera, competência muita, humildade,sério,honesto, correto,um ser ser humano admirável,que Deus abençoe sempre
ResponderExcluirSalvou minha esposa Ilma,com cirurgias delicadas e ,com dom que Deus deu a ele consegue fazer cirurgias,que poucos fazem,Deus abençoe muito Dr Telles o Sr e família
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