segunda-feira, 13 de novembro de 2023

POR QUE VENDEMOS MAIS BARATO?

 Por que vendemos mais barato?
(por Antonio Samarone)

A tradição comercial de Itabaiana vem de longe.

Na década de 1950/60, exportamos empreendedores bem-sucedidos: Mamede criou o Paes Mendonça na Bahia, Pedro, outro Paes Mendonça, criou o Bompreço em Pernambuco, Gentil e Noel criaram o G. Barbosa em Sergipe.

Albino Silva da Fonseca trouxe para Sergipe fábricas de biscoitos, granjas, água mineral, fogão a gás, e até a rádio Liberdade. Oviedo Teixeira, foi outra potência.

Com a chegada da BR-235, o comércio de Itabaiana, puxado pelo capital trazido pelos caminhões, iniciou um crescimento sem limites.

Na década de 1950, a disputa entre os líderes políticos (Euclides e Manoel Teles) era pelo domínio dos armazéns de secos e molhados. Pelo abastecimento do Agreste, Sertão e Aracaju. O comercio de Itabaiana avançou para o sertão da Bahia, até o Uauá.

Na segunda metade do século XX, Itabaiana passou de celeiro agrícola para centro comercial. O talento empreendedor dos ceboleiros encontrou um caminho aberto. Do domínio das feiras, ao comando do comercio. Da agricultura ao mercantilismo.

O capitalismo encontrou um solo fértil.

Hoje, o que você não encontrar em outras cidades (incluindo Aracaju), pode ir a Itabaiana que encontra. “De tudo o que existe, em Itabaiana tem pelo menos dois.”, dizia Oviedo Teixeira. Diz o povo, em Itabaiana o dinheiro corre.

O comércio de Aracaju foi sufocado pela grandes lojas de fora e pelos atacadistas nacionais. O comércio local foi reduzido a nichos.

O setor de supermercados é um bom exemplo. Sobraram os Mercadinhos Itabaiana, que virou marca de sucesso. Existem bairros que possuem vários Mercadinhos Itabaiana. Um sabido denominou o seu de: Mercadinho Itabaiana (Mesmo).

Itabaiana virou marca de sucesso, marca de qualquer coisa. Um vendedor na rodovia dos Náufragos, botou um cartaz: “amendoim de Itabaiana”.

O avanço do grande capital encontrou uma barreira em Itabaiana. Além do sucesso dos “Peixotos”, lá funcionam cerca de 120 mercadinhos.

Sem falar no comercio de madeira, ouro, alimentos, ferragens, pneus, cerâmica, defensivos agrícolas, fertilizantes e confecções.

Somos imbatíveis em qualidade e o preço.

Se você quiser comprar uma carroceria de caminhão bem-feita, onde procurar? No Brasil, só produz carrocerias Itabaiana e Maringá. As fábricas de Senhor do Bonfim, na Bahia e a de Arapiraca, em Alagoas, são filiais de Itabaiana.

Quando vou comprar alguma coisa no comércio em Aracaju e pergunto o preço, faço de imediato uma observação: encontrei essa mesma mercadoria pela metade do preço em Itabaiana. O vendedor, geralmente se conforma e responde: em Itabaiana é diferente.

Itabaiana é diferente em quê, porque vende mais barato. Em alguns casos, mais baratos do que lojas que são representantes das fábricas. Arame farpado e pneus são bons exemplos.

Tentaram criar uma imagem de uma concorrência desleal. Nada disso!

O comércio de Itabaiana dominou Sergipe por talento, competência e trabalho. Com um detalhe, ainda fechamos para o almoço. Entre meio dia e duas da tarde o comércio fecha. Quem quiser comprar, que espere.

O dom do comercio, saber vender e comprar, está na alma do Itabaianense. O cliente sempre sai satisfeito. Eu sou exceção: nem sei comprar nem vender.

Quem quiserem testar o que estou dizendo, venham comprovar.

Venham fazer supermercado em Itabaiana, comprar ouro, folheados, chocolate, bebida, marcas de luxo, relógios Rolex, celulares, material de construção. Venham provar o bolachão de canela de João Patola. (uma saco de bolachão, por dez reais).

Venham comprar farinha, inhame, batata doce, aipim, coentro, maturi, castanhas do Carrilho, tudo bom, fresco e barato.

Para os consumidores culturalmente exigentes, passem antes no Parque dos Falcões. Aproveitem e almocem por aqui, venham conhecer a carne assada e a farofa com banha de corpo.

Não tomem esse texto por “merchandise”, longe disso. Apenas quero responder a calúnia de ilegalidade: o comercio de Itabaiana venceu, tornou-se mais competitivo, por trabalho e competência.

O resultado é incontestável, visível a olho nu: vendemos mais barato!

Antonio Samarone – Médico sanitarista.

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