Medina Privada em Sergipe
Antonio Samarone de Santana.
No Brasil, a saúde representa 9,5%
do PIB, constituindo-se num relevante setor da economia de mercado. Desta
fatia, os recursos públicos (União, Estados e Munícipios) representam 45% e os
recursos privados 55%. As operadoras de planos de saúde cobrem 25% da população;
e o Sistema Único de Saúde 75%. Em 2014, as operadoras de planos de saúde
tiveram um faturamento de 117 bilhões. O fato é que a medicina privada, que por
lei seria suplementar, há muito se tornou hegemônica, ditando seu modelo
assistencial, sua lógica e os seus objetivos.
Em Sergipe, a medicina comercial
ocupa uma fatia menor do mercado. Em 2015, de uma população estimada em 2,2
milhões de habitantes, apenas 316 mil possuíam a cobertura de um plano de saúde
(dado de set. 2015); ou seja, menos de 15%. Os demais, 1,9 milhões (85%) são
atendidos pelo IPES (137 mil), Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos 210 médicos
cubanos (Mais Médicos). Como se percebe, toda a rede de clínicas, laboratórios
e hospitais privados; concentrados nas imediações do Bairro São José, destinam-se
ao atendimento de 15% da população de Sergipe.
Mesmo assim, a maioria desses 316
mil sergipanos possui os chamados planos de saúde mais simples, de cobertura
limitada. Desses, 88 mil - UNIMED, 71 mil – Hapvida, 26 mil - Plamed, 19 mil - Bradesco
Seguro, Petrobrás – 16 mil, Banco do Brasil – 13 mil, GEAP – 13 mil e a Amil –
2,9 mil. É para essa fatia da população que está montada a rede privada de
saúde. A compra direta de procedimentos está restrita a meia dúzia de ricos,
que mesmo assim, quando são acometidos de uma doença mais grave, procura o
atendimento em São Paulo.
A venda de procedimentos aos SUS,
sobretudo os de alta complexidade, ainda representa uma significativa parcela
do faturamento de alguns serviços comerciais. Dos 316 mil de sergipanos,
clientes da medicina privada, consumidores de procedimentos médicos, 230 mil
residem em Aracaju, onde se concentram os serviços.
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