Ninguém Morre de Véspera...
(por Antonio Samarone)
O sonambulismo era frequente. Os sonâmbulos andam durante o sono. Muitas vezes a alma itinerante leva o corpo, para um passeio. Eu só conheço um sonambulo em carne e osso: Zé de Zabelinha. Esse é conhecido, na Moita Formosa.
Seus passeios noturnos pelas bodegas do povoado, são constantes. Zé anda prá cima e prá baixo, em sono profundo. Todos zelam para não acordá-lo.
Não se acorda os sonâmbulos durante a transe. A alma distante, que saiu a passeio ou negócio, pode não acertar o caminho de volta.
Fizeram uma perversidade. Numa dessas sessões de sonambulismo, acordaram o cidadão. Zé de Zabelinha, foi encontrado desacordado, foi dado como morto.
A família não sabe quem fez essa molecagem, pensou em prestar queixa, mas não deu tempo.
Durante o velório, ocorreu outro fenômeno: 16 horas de morto, Zé ressuscitou. Ou melhor, acordou da letargia.
A catalepsia também já foi um fenômeno frequente. Hoje, nem tanto. Para quem esqueceu, a catalepsia é a falsa morte. O corpo para, dá-se o cristão como morto, depois ele acorda. A medicina nem nega, nem confirma.
Jaime ainda é meu parente. Conto essa história por ouvir dizer. A verdade é que ele continua vivo.
Tentei esmiuçar, desconfiado de simulação. Nada, ele não se lembra nem do sonambulismo, nem da catalepsia. Mas a história foi confirmada por muita gente. Dona Josefa, a tia, foi quem vestiu a mortalha no morto vivo.
Zabelinha, a mãe, ficou com medo dessa assombração e, na próxima, ele não acorde. Precavida, procurou um médico naturalista, o Dr. Rafael Schneider, que prescreveu sete sessões de hipnose quântica.
Espero que funcione.
Antonio Samarone (médico sanitarista)
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