Chuvas Bíblicas (por Antonio Samarone)
Existe um consenso: o padrão normal das chuvas está mudando. No Brasil, as chuvas intensas têm sido a regra. A principal consequência são os alagamentos das cidades que não estão preparadas, com graves prejuízos para as pessoas que moram em áreas mais frágeis.
Aracaju foi construída numa área de restingas e manguezais. A cidade é cortada por rios, riachos, canais e córregos. As lagoas naturais foram aterradas e as que sobraram estão sendo.
O exemplo mais recente foi o aterramento de parte da lagoa do Santa Lúcia, que funcionava como um reservatório para as enchentes do Rio Poxim. E quem aterrou? Um órgão público.
Aracaju é uma cidade geograficamente pantanosa, aterrada livremente sem o planejamento do poder público. Urge um estudo sobre a readequação da cidade à nova realidade das chuvas. Não se trata apenas de ações paliativas na hora das enchentes.
O poder público permitiu que imensos latifúndios privados fossem consolidados em áreas urbanizadas, empurrando a população mais pobre para subúrbios distantes.
Aracaju é uma cidade de poucos donos, protegidos e privilegiados por um poder público conivente.
O imenso vazio urbano de Aracaju é uma área de especulação imobiliária, “terrenos de engorda” onde a prefeitura negocia amigavelmente a cobrança do IPTU. Já os que possuem apenas a residência própria, são extorquidos com um IPTU maior que o cobrado em Ipanema.
Aracaju exige uma readequação imediata do Plano Diretor, que leva em conta a nova realidade das chuvas.
Os recapeamentos asfálticos das Avenidas Hermes Fontes, Heráclito Rollemberg e Rio de Janeiro, suprimindo os canteiros, reduzindo a permeabilidade, vão em direção contrária a nova realidade.
Justificar a redução de áreas verdes com o discurso de melhoria da fluidez para os automóveis, não encontra respaldo técnico. Qualquer estagiário em engenharia de trânsito sabe disso.
Em síntese, Aracaju necessita com urgência retomar o planejamento urbano, centrado no interesse público e na qualidade de vida. Priorizando o meio ambiente, os recursos naturais, dunas, restingas, manguezais, bacias hidrográficas, levando em conta o novo padrão de chuvas.
“Meu sonho era poder voltar a tomar banho e nadar no Rio Sergipe despoluído”, dizia o lendário Zé Peixe.
Antonio Samarone.
Existe um consenso: o padrão normal das chuvas está mudando. No Brasil, as chuvas intensas têm sido a regra. A principal consequência são os alagamentos das cidades que não estão preparadas, com graves prejuízos para as pessoas que moram em áreas mais frágeis.
Aracaju foi construída numa área de restingas e manguezais. A cidade é cortada por rios, riachos, canais e córregos. As lagoas naturais foram aterradas e as que sobraram estão sendo.
O exemplo mais recente foi o aterramento de parte da lagoa do Santa Lúcia, que funcionava como um reservatório para as enchentes do Rio Poxim. E quem aterrou? Um órgão público.
Aracaju é uma cidade geograficamente pantanosa, aterrada livremente sem o planejamento do poder público. Urge um estudo sobre a readequação da cidade à nova realidade das chuvas. Não se trata apenas de ações paliativas na hora das enchentes.
O poder público permitiu que imensos latifúndios privados fossem consolidados em áreas urbanizadas, empurrando a população mais pobre para subúrbios distantes.
Aracaju é uma cidade de poucos donos, protegidos e privilegiados por um poder público conivente.
O imenso vazio urbano de Aracaju é uma área de especulação imobiliária, “terrenos de engorda” onde a prefeitura negocia amigavelmente a cobrança do IPTU. Já os que possuem apenas a residência própria, são extorquidos com um IPTU maior que o cobrado em Ipanema.
Aracaju exige uma readequação imediata do Plano Diretor, que leva em conta a nova realidade das chuvas.
Os recapeamentos asfálticos das Avenidas Hermes Fontes, Heráclito Rollemberg e Rio de Janeiro, suprimindo os canteiros, reduzindo a permeabilidade, vão em direção contrária a nova realidade.
Justificar a redução de áreas verdes com o discurso de melhoria da fluidez para os automóveis, não encontra respaldo técnico. Qualquer estagiário em engenharia de trânsito sabe disso.
Em síntese, Aracaju necessita com urgência retomar o planejamento urbano, centrado no interesse público e na qualidade de vida. Priorizando o meio ambiente, os recursos naturais, dunas, restingas, manguezais, bacias hidrográficas, levando em conta o novo padrão de chuvas.
“Meu sonho era poder voltar a tomar banho e nadar no Rio Sergipe despoluído”, dizia o lendário Zé Peixe.
Antonio Samarone.
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