As Castanhas do Carrilho.
Visitei o stand da "Castanha do Carrilho", durante o SEALBA. Cristina, a Presidente da cooperativa, estava lá, para receber a todos.
Itabaiana se transformou num grande produtor de castanhas assadas do Brasil, sem plantar cajueiros. Ainda Pode se tornar um negócio bem mais importante.
O negócio ainda é primitivo e as castanhas beneficiadas de forma amadora. A cooperativa é uma forma de agregar valor. Quem comer a castanha assada gosta.
Eu evito comprar, pois enquanto ela está no frasco eu não paro de beliscar. Toda a hora encho a mão.
Estou aguardando a visita no Carrilho do meu amigo, jornalista e intelectual Luiz Eduardo Costa.
Pedro de Mariquinha, um produtor das Tabocas, está tentando exportá-las para a China. Veja o tamanho mercado.
Vamos organizar a produção da castanha assada?
Um amigo aqui em Itabaiana me disse o contrário: "só está dando certo, porque o Poder Público está longe. Deixe eles lá."
As comunidades do Carrilho, Dendezeiro e Tabocas possuíam a tradição de assar castanhas, herdada dos negros. São ex Quilombos.
Antes, no começo da safra de cajus, se vendia o maturi, cada vez mais raro e mais caro. Esse ano só comi uma vez.
O nome Carrilho é uma estranha homenagem a Fernão Carrilho, um capitão do mato, que perseguia os escravizados. Carrilho comandou por muito tempo a luta para o massacre de Palmares. Como premio, ele chegou a governar a Província do Maranhão.
Itabaiana é uma terra de empreendedores. Alguém teve a ideia de pegar carona nas boleias dos caminhões e levar a castanha assada Brasil afora. Deu certo!
Hoje, onde se chegar, de norte a sul, e encontrar alguém vendendo castanha assada, tenha certeza, é gente nossa. Pode perguntar.
Não confundir com a castanha do Ceará vendida em supermercado e usada para exportação. Lá a castanha é cozida. A nossa castanha é assada, a moda dos Tupinambás. Compare os sabores.
O Carrilho é uma comunidade modelo, ruas pavimentadas, água encanada, esgoto, escola, unidade de saúde e praças. Um lugar bem cuidado.
Entretanto, pode-se ir bem mais longe com as castanhas do carrilho, além de se vender nas feiras e de levar amadoristicamente pelo Brasil. Vamos exportá-las?
"Quando você vem com os cajus, eu já estou com as castanhas assadas." Era um ditado comum em Itabaiana, para se dizer sabido.
Itabaiana assa a castanha produzida no Nordeste.
Antonio Samarone - médico sanitarista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário