terça-feira, 10 de agosto de 2021

JUÍZO FINAL


O Juízo Final
(por Antonio Samarone)

Não há dúvidas que o Planeta Terra um dia acaba. Se tudo desse certo, seria com a prevista catástrofe cósmica. O Sol está esquentando por conta própria e um dia a Terra derrete.

A Terra nasceu a 4,6 bilhões de anos e estima-se que dure mais 1 bilhão de anos (para mim está bom).

Contudo, estamos fazendo de tudo para antecipar.

A Terra já experimentou grandes abalos, o último, foi a glaciação que acabou com os dinossauros. A narrativa bíblica descreveu um dilúvio. Escaparam os que entraram na Arca e os que sabiam nadar.

Antes da catástrofe cósmica final, a vida na Terra pode acabar: chocar-se com um asteroide, uma guerra nuclear, o fim do campo magnético, um super vírus, um aquecimento etc.

O sexto Relatório do Clima do IPCC - 2021 - (painel de especialistas da ONU) acendeu o alerta: o mundo está esquentando, só que dessa vez, por conta do comportamento humano. O primeiro relatório foi em 1990.

Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, o relatório do IPCC é um alerta vermelho para a humanidade.

O Relatório comprovou o agravamento do efeito estufa, resultante do acúmulo de gases na atmosfera, sobretudo do CO2, crescente desde a revolução industrial. A principal consequência é o aquecimento, desencadeando manifestações extremas da natureza.

A ciência não enxerga dúvidas sobre a influência humana nas atuais mudanças climáticas.

Não são profecias, nem achismos, são fatos divulgados pela ciência. O Relatório do Clima do IPCC foi elaborado por 234 especialistas, de 66 países, que revisaram 14 mil publicações científicas. A ciência cobra mudanças urgentes no paradigma de desenvolvimento.

O IPCC (Painel Intergovernamental Sobre o Clima), foi criado em 1988, numa Assembleia Geral da ONU, com a aprovação de 195 países.

Dirão os negacionistas, isso a gente já sabia, só que não tem a gravidade anunciada, nem depende de ações humanas. Os mais cínicos, vão além: “Depois de mim, o dilúvio”. No Brasil, eles estão no poder e ignoram o “Acordo de Paris”.

Antes que o mundo acabe, Aracaju sofrerá com o aumento do calor, do Aedes aegypti e das muriçocas, com alagamentos mais frequentes e avanços do mar. Tenho tentado, sem sucesso, convencer algumas autoridades sobre a importância de incorporar Aracaju no rol das cidades sustentáveis.

Com a retirada da Petrobrás, a viabilidade econômica de Aracaju passa pelo turismo. Com os rios abarrotados de esgoto, a sustentabilidade é inviável.

Voltemos ao Juízo Final.

Todas as religiões preveem um fim do mundo, cada uma a seu modo. Antonio Conselheiro, o profeta degolado, anunciava que o mundo acabaria em fogo, já que a primeira vez foi em água (dilúvio). “O sertão vai virar mar, e mar virar sertão”.

O Juízo Final bíblico prevê antes do fim do mundo, a vinda do anticristo. Suspeito, que ele já chegou no Brasil. Se não for o Capetão, parece.

A Globo já procura patrocinadores para uma cobertura ao vivo do fim do mundo, narrada por Galvão Bueno.

Antonio Samarone (médico sanitarista)


 

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