sexta-feira, 19 de julho de 2024
A QUEDA DO CÉU
A queda do céu.
(por Antonio Samarone)
A questão ambiental não é prioridade em Aracaju. Uma bandeira solta, à espera de quem a carregue. Talvez, seja um mal de origem. Aracaju foi construída entre manguezais e pântanos.
Luiz Antonio Barreto resumia numa frase: “Aracaju é um aterro embelezado.”
Este aterro avançou no século XX, com aterros de lagoas e riachos e com o desmonte do Morro do Bomfim, onde a areia de uma enorme duna, viabilizou a ocupação da Zona Norte.
Aracaju foi construída sobre os mangues do São José, nas imediações do Batistão, sobre os aterros da Coroa do Meio, mangues do São Conrado, rios, Poxim e do Sal e das salinas do Porto Danta, etc.
Passaria a manhã descrevendo os aterros do Aracaju.
Desde os meados do século XX, Aracaju é comandada pela indústria da construção civil. Diretamente ou mediante prepostos.
Aracaju tem o DNA da especulação imobiliária. Nada mudou.
Na década de 1980, tentaram lotear a Praia 13 julho. Aterrar e construir prédios. A ambição foi freada pela forte resistência da sociedade civil. Hoje, não se daria um pio.
“Aracaju é uma cidade roubada do ecossistema” – poeta Jozailto Lima.
O desprezo pelo meio ambiente em Aracaju é ostensivo, desassombrado e agressivo. As enchentes, a precariedade do saneamento básico, a poluição do Rio de Sergipe, o desprezo pelas árvores, é senso comum.
Estou aguardando os planos de governo, dos candidatos a Prefeito do Aracaju. Não sou otimista!
Antonio Samarone. Médico sanitarista.
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