sábado, 28 de setembro de 2013

Walter Noronha - Depoimentos





Manoela Rocha.
Terroir é uma palavra francesa sem tradução em nenhum outro idioma. Significa a relação mais íntima entre o solo e o micro-clima particular, que concebe o nascimento de um tipo de uva, que expressa livremente sua qualidade, tipicidade e identidade em um grande vinho, sem que ninguém consiga explicar o porquê.
Pensar em Walter Noronha como professor é pensar num terroir. Com grande maestria, ele consegue uma íntima relação entre ser docente e um amigo. Não há quem passe pela sua sala de aula, que não se encante com suas palavras, sejam elas sobre a Ortodontia ou sobre a vida. O professor Noronha é dono de uma sabedoria que inspira muitos de nós, é dono de um abraço verdadeiro, de um olhar compreensivo e de um sorriso motivador. Num curso tão exigente como a Odontologia, ser aluno de Noronha é acreditar que nós somos capazes de suportar quaisquer adversidades e no final da jornada, não há como não nos transbordarmos de gratidão. E é por isso que não é estranho ele se revezar entre ser paraninfo ou mestre-amigo de todas as turmas.
Só uma pessoa que tem completa segurança no que faz consegue dominar sua turma sem nem por um segundo levantar a voz, nos leva castanhas nas aulas práticas e elas não tiram nossa concentração, faz referências a outros assuntos para enriquecer nossas mentes e nem por isso perde o fio da meada. Ele entra às 7 da manhã na sala de aula, cheio de energia, chama todo mundo de “feião” e não haveria outra maneira mais carinhosa de ser chamado assim. No final do período, ele tem uma coleção enorme de fotos da turma dobrando fios, confeccionando aparelhos ortodônticos, fazendo provas e haja espaço no HD do computador!
Sem que eu consiga explicar o porquê, ele toca seus alunos de uma maneira singular, sem medo de estar à frente de uma sala de aula e expor sua alma. Uma alma repleta de amor pela Odontologia e pela vida. Nós temos a sorte de ter um verdadeiro mestre como exemplo e é por isso que nos resta comemorar. Se esse fosse um discurso escrito por ele, ele diria: “Você sabe qual é o significado da palavra ‘comemorar’? Ela tem origem latina, é uma palavra ligada ao verbo memorare, ou seja, lembrar, associada ao prefixo com, significa lembrar juntos, trazer à memória para festejar”. Em nome de todos os seus alunos, quero dizer que iremos comemorar para sempre a alegria de tê-lo como professor. Parabéns por toda dedicação e tenha certeza de que você plantou sementes promissoras por onde passou.
Mesmo para os maiores apreciadores do vinho, é difícil entender a complexidade do terroir, eu digo o mesmo desse professor, que harmoniza grandes qualidades, numa mistura que dá muito certo.
O ser humano Valter Noronha,
Texto de Vilma Noronha

Fui apresentada ao Noronha, pelo primo Jose Sebastião (meu colega no segundo grau). A proposta era estágio (acompanhá-lo no consultório). Mas....aí já viu né, não me largou mais kkkkkk. Eu havia terminado um namoro de 5 anos e naquele momento tudo que queria era ficar só no meu canto, mas, quando dei por mim,9 meses depois de conhecê-lo estava eu lá na porta da igreja em Boquim (já grávida de 3 meses, só nós sabíamos kkkkk). Então, 5 meses depois nasceu Viviane, hoje formada em Direito, casada e trabalhando no TRT/Ba. Quatro anos depois nasceu Vítor, hoje formado em Odonto e fazendo pós em Araraquara. E 7 anos depois, encerramos com Vinícius q hoje cursa Direito na UFS.
Entrei na vida dele contribuindo para hábitos saudáveis, pois assim q nos conhecemos, deixou de fumar (já fumava na época + de 2 carteiras de cigarro/dia). Um belo dia, no armazém de Sr Sizino na R Itabaiana, retirou do bolso o cigarro e o isqueiro e disse: tio, a partir de hoje não fumo +. E lá se vão + de 30 anos. Com a cerveja foi parecido, teve uma dengue, ficou 3 semanas sem beber, aí falou: Se fiquei 3 semanas sem beber, a partir de hoje não bebo +. Já se vão uns 20 anos. Há pouco tempo, passou a degustar o vinho com bastante moderação.
É um cabra determinado. Bom, meu marido é a pessoa + pechincheira q conheço. Ele diz q é característica dos ceboleiros, tem q negociar.
Gaiato demais. De tudo faz uma piada, adora contar as histórias de Itabaiana.
Barrista até onde não pode +. Tudo dele é em Itabaiana, lá tem de tudo e do melhor. Se procura uma coisa aqui e não encontra fala: quero ver não ter em Itabaiana. Se chega e o estabelecimento ainda tá fechado fala: quero ver em Itabaiana ainda tá fechado a essa hora. Ele tem poucos momentos de grossura. Tem uma presença de espírito muito grande. Certa feita em um almoço, qdo estava se servindo a colega gritou de lá - Noronha, pegando a comida com a mão? Mais q depressa ele respondeu - tentei pegar com o pé mas não deu. Foi uma gargalhada só,e a colega não gostou.kkkk.
É grosso qdo contrata serviço e o fornecedor não cumpre data e horário de entrega, aí sai de baixo. Certa vez, descontente com os serviços de um pedreiro, pegou todo material do pedreiro, jogou pelo muro e mandou-o embora. A cena foi hilária, pensei q ele fosse jogar o pedreiro junto.
Tbm é dono da verdade. Se me pede uma opinião, fica torcendo para q coincida com a dele, pq se a minha opinião for diferente, ele nunca acata, faz do jeito dele.
Teimoso q só...ele mesmo diz q puxou ao avô Boanerges em teimosia. Adora uma feira livre, o irmão (guilhermino) fala q ele é quem abre o mercado, por isso costuma chegar às 5 horas. Isso mesmo....é madrugador. Também às 19 horas já está se recolhendo. O sobrinho certa vez falou q não acreditou qdo Noronha disse q tinha paciente agendado às 6 hs da manhã. Aí fazendo uma visita ao consultório dele qdo folheava a agenda viu q era verdade.
O bicho é madrugador, se marcar qualquer coisa com ele, 1 hora antes ele chega. Gosta muito de buchada, e na companhia de Nivaldo e Átalo Crispim então, tá perfeito. Nesses momentos ele se permite dormir tarde, pois regado a vinho o papo vai longe, a contar e ouvir as histórias de Itabaiana. Tomam vinho, depois vem o pirão da buchada, combinação perfeita....kkkkkk
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Gosta muito de provérbios, chama a todos de Feião, é adepto do chapéu e a qualquer momento da bengala, pois diz q é um charme. Se pudesse, vivia de sobretudo, chapéu e bengala. Kkkk. Normalmente às 17 hs chega em casa, toma banho, café, senta na cadeira do papai cercado pelo computador, ipad, telefone, controles da tv e ai de quem passar perto, q ele não deixa escapar. É um tal de pedir água, mandar fechar janela, apagar luz.... É um verdadeiro pidão, não levanta pra nada. É professor dedicado e queridíssimo, muito bem entrosado com os alunos. Todo período é homenageado. É isso!!

Texto de Viviane Noronha.

Crescer com meu pai foi sempre escutar que o conhecimento é a única coisa q pode fazer você alcançar seus objetivos, que isso é o que te impede de ser mediano e faz você se destacar no meio de tantos outros! Ele sempre me mostrou que eu não sou melhor que ninguém, mas também não sou pior, as chances existem para aqueles que se interessam e trabalham duro por elas, e é assim que eu pauto minha vida. Uma lição muito valiosa!!
Eu costumo dizer que meu pai nasceu para ser MESTRE, para ensinar, espalhar e dividir conhecimento; eu costumo dizer para meus amigos que não importa qual fosse a graduação dele, ele seria professor. Mais até do que dentista, para mim, MESTRE é a melhor definição de Walter Noronha.
 Ele sempre nos exigiu disciplina, mas não de uma forma cruel ou desmedida, na verdade ele sempre ensinou para nós 3 a importância da disciplina e isso cresceu em nós de uma forma saudável, sempre nos fez ver que a gente poderia conseguir o que buscasse da vida, para isso, bastava determinação, disciplina e conhecimento, e para que a gente adquirisse conhecimento nunca houve empecilhos. Sempre tive a impressão de que ele moveria montanhas para que pudéssemos aprender qualquer coisa que tivéssemos interesse.
Bom, o fato é que ele foi severo sim, muitas vezes, e eu agradeço todos os dias por isso, por que foi graças às suas cobranças que eu descobri que os nosso limites somos nós quem criamos , que se uma oportunidade surge, independente do quão difícil possa parecer, eu posso sim agarrá-lá e brigar para consegui-lá!
 Ele não ensinou que eu posso tudo que eu quero, mas sim que eu faço o meu destino e que a sorte só bate na porta daqueles que se esforçam!!! Ele é o homem mais determinado que eu conheço, vai atrás do que quer, não importa a idade que tenha nem as dificuldades que a vida trace.
Quase aos 50 voltou para a sala de aula, e se tornou MESTRE, e isso não foi uma coisa fácil de fazer, deixar a família todo mês, por 1 semana durante 3 anos, voltar a estudar e ser testado, ter que escrever uma tese (que se tornou um livro -quanto orgulho)... E ele fez isso, e fez até parecer uma coisa simples!!!!
Ele sempre teve esse humor ácido, que imagino que você conhece bem, e, quando eu era adolescente você pode imaginar que não era uma coisa fácil de lidar. Houve conflito, me irritei muito, por muitas vezes, mas hoje, quase aos trinta, todos os dias vejo que embora eu seja fisicamente tal qual minha mãe, meu humor e temperamento não negam quem é meu pai, o mesmo humor ácido, impaciência, a mesma paixão pelas coisas que queremos e até a mesma forma de me perder e apreciar uma boa música..... quando afirmavam o quão parecidos éramos enquanto crescia, isso me irritava, mas como evitar a genética? E para que evitar? Me tornar tão parecida com esse homem hoje me faz muito orgulhosa!!!
Eu enxergo ele dentro de cada um de nós 3, de uma forma diferente em cada um, dado às nossas personalidades tão distintas, mas também de uma forma muito igual, porque o nosso reflexo dele espelha essa força e determinação para conseguir conquistar da vida o melhor que ela tiver para nos dar!!!

Texto de Vinicius Noronha.

Lembranças pessoais: Cachorro-quente em frente ao consultório após as aulas na escolinha de futebol, ver o sol nascer na casa de praia, passeios pela cidade às 5 da manhã, nos quais sempre me contava fatos de sua época de universidade, viagens a Itabaiana para visitar vovó Cristina, também às 5 da manhã. Estar de pé tão cedo sempre foi uma marca do meu pai. Personalidade: teimoso, carinhoso, dedicado e atencioso.

Vinte anos após a formatura, Walter monta consultório em Itabaiana, na esquina da Casa da família de Tereza Cristina, conquistando uma clientela expressiva, tendo deixar para ir cursar o mestrado, em ortodontia, em Campinas São Paulo. Atualmente, Possui consultório do Centro Luiz Cunha.

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