Itabaiana – 350 anos. Meu Pé de Laranja Lima.
(por Antonio Samarone)
O mundo está aquecendo. O Prefeito Valmir decidiu: Itabaiana vai plantar árvores!
Reunimos (foto) o secretário do meio ambiente, Vinicius Moura; o da agricultura, Erotildes de Jesus; a agrônoma Susi Alves e o técnico em agronegócios Breno Veríssimo, para tratarmos do assunto.
Primeira constatação: não é fácil arborizar! Desmatamos por 400 anos, para fazer roça e criar gado. Itabaiana veio morar na cidade a duas gerações. Temos as raízes rurais. A cidade a base de cimento, aço, blindex e asfalto é vista como um progresso, encanta muita gente.
Nunca nos afeiçoamos as plantas. Temos animais de estimação, raramente adotamos uma planta. As árvores nunca foram chamadas pelos nomes próprios. São genericamente pés-de-pau. É fácil derrubá-las, sem nenhum peso na consciência. As folhas caídas são consideradas sujeiras.
Na infância, eu me emocionei com o Pé de Laranja Lima, do romance de José Mauro de Vasconcellos. Na prática, recordo-me do Pé de Jaboticaba que levava o nome de mamãe, em um sítio nas Flechas. O meu avô era estranho, batizava as frutíferas com os nomes das filhas.
Sem uma mudança na relação das pessoas com o meio ambiente, não adianta contratar uma empresa para plantar árvores. Plantar ainda planta, mas não viceja. Sem o cuidado e o carinho do poder público e da sociedade, a muda não cresce, não chega ao seu destino.
Basta o exemplo do Aracaju. Os canteiros centrais das avenidas são cemitérios de mudas. O índice de aproveitamento não chega a vinte por cento. Sem os manguezais, Aracaju seria um deserto. Desmataram até o Parque da Sementeira.
Itabaiana não fica atrás, a cobertura vegetal é muito baixa. Em minha infância, cada quintal tinha as suas fruteiras. O meu, tinha um frondoso jenipapeiro. Hoje, o que restou dos quintais foram cimentados.
A segunda constatação: a arborização é um trabalho de parceria da prefeitura com as escolas, as agências ambientais, as universidades, as empresas, a imprensa, as igrejas, sindicatos, ambientalistas e as pessoas de boa vontade. Sem uma união consciente, a realidade ambiental não muda.
Vamos buscar parceria com os alunos de educação ambiental da UFS. E com quem estiver disposto a ajudar. Sem medo das dificuldades, vamos criar uma Itabaiana mais verde. Vamos em busca de aliados, para elevar a qualidade de vida.
A arborização não pode ficar limitada a Zona Urbana. Em Itabaiana, muita gente que cresce economicamente, volta ao campo, construindo chácaras faraônicas, belas casas e piscinas com cascata. Geralmente, cortam as árvores que existiam.
Vamos plantar as árvores que nos tocam. Sem preconceitos. As craibeiras do sertão são bem-vindas. Os ipês-amarelos do pé da Serra. Canafístulas, pau-brasil, juazeiros, quixabeiras, dendezeiros, moringas, mangueiras e jaqueiras.
Eu quero um pé de pitomba, igual ao da minha infância, no Canto Escuro, ao lado da casa de Dona Gemelice.
A arborização segue as raízes culturais de cada comunidade. Por isso, fui convidado para a reunião.
Antonio Samarone – Secretário da Cultura de Itabaiana.
Em defesa das causas perdidas
sábado, 29 de março de 2025
terça-feira, 25 de março de 2025
ITABAIANA - 350 ANOS. O FOTÓGRAFO COBERTURA.
Itabaiana – 350 anos. O fotógrafo Cobertura.
(por Antonio Samarone)
Jurandir Rosa de Jesus (Cobertura), 70 anos, paciente de Lair Ribeiro, natural de Maruim, nasceu em 11 de janeiro de 1956. Veio para Itabaiana em 26 de agosto de 1985, um sábado à tarde, para assistir a uma partida do Maruinense contra o Itabaiana. Ficou na casa de Dona Maria São Pedro.
Cobertura ficou encantado com Itabaiana: tinha o Tik-Tok de Adilson e João Patola; o Le Romantique de Gud-Gud e a Lanchoteca de Zé de Quinquim. Era muita modernidade. A cidade não dormia.
Cobertura, não pensou duas vezes, arrumou as malas e se transferiu para Itabaiana. Trouxe a esposa, Dona Nailza. Hoje, possui três filhos e três netos.
Em Maruim, Jurandir era empregado da Fábrica de Tecido Maísa, de Constâncio Vieira. Em Itabaiana, virou autônomo, tornou-se fotógrafo, fez amizades, melhorou a qualidade de vida. Somou-se a Romeu, Juracy, Dona Helena, e os crentes João e Miguel. Uma profissão estabelecida.
Cobertura fez a escolha certa, Itabaiana foi o berço da fotografia em Sergipe. Nunca lhe faltaram serviços: batizados, casamentos, festas e folguedos. Fotografou até enterros.
Itabaiana deve aos fotógrafos parte da sua memória. Miguel Teixeira, Joãozinho Retratista, Percílio Andrade, Paulinho de Doci, entre outros, deixaram fotos icônicas da cidade serrana. Hoje, já foram até animadas, passaram a se movimentar, sorrir e falar.
A entrada da Era Digital deu um susto nos fotógrafos, mestres na revelação perderam a relevância. E agora, com os iPhones clicando sozinhos, com a praga das selfies, todos se autofotografando, os fotógrafos profissionais perderam o mercado.
Os telefones fazem as fotos sozinhos e a inteligência artificial controla a luz e o enquadramento. O “DeepSeek”, IA chinesa, atende ao comando de voz. Aparece nas fotos até quem já morreu.
Basta ordenar: eu quero uma foto do meu aniversário, com todos felizes e sorridentes. Ao fundo, quero os meus avós, que faleceram há décadas. Basta ligar o iPhone, botá-lo apontando para a cena e sair de perto. As fotos sairão no Instagram, em segundos.
Uma luta perdida, a dos fotógrafos. Em Itabaiana, restam três “studios”, para fotos três por quatro.
Antonio Samarone – Secretário de Cultura de Itabaiana.
(por Antonio Samarone)
Jurandir Rosa de Jesus (Cobertura), 70 anos, paciente de Lair Ribeiro, natural de Maruim, nasceu em 11 de janeiro de 1956. Veio para Itabaiana em 26 de agosto de 1985, um sábado à tarde, para assistir a uma partida do Maruinense contra o Itabaiana. Ficou na casa de Dona Maria São Pedro.
Cobertura ficou encantado com Itabaiana: tinha o Tik-Tok de Adilson e João Patola; o Le Romantique de Gud-Gud e a Lanchoteca de Zé de Quinquim. Era muita modernidade. A cidade não dormia.
Cobertura, não pensou duas vezes, arrumou as malas e se transferiu para Itabaiana. Trouxe a esposa, Dona Nailza. Hoje, possui três filhos e três netos.
Em Maruim, Jurandir era empregado da Fábrica de Tecido Maísa, de Constâncio Vieira. Em Itabaiana, virou autônomo, tornou-se fotógrafo, fez amizades, melhorou a qualidade de vida. Somou-se a Romeu, Juracy, Dona Helena, e os crentes João e Miguel. Uma profissão estabelecida.
Cobertura fez a escolha certa, Itabaiana foi o berço da fotografia em Sergipe. Nunca lhe faltaram serviços: batizados, casamentos, festas e folguedos. Fotografou até enterros.
Itabaiana deve aos fotógrafos parte da sua memória. Miguel Teixeira, Joãozinho Retratista, Percílio Andrade, Paulinho de Doci, entre outros, deixaram fotos icônicas da cidade serrana. Hoje, já foram até animadas, passaram a se movimentar, sorrir e falar.
A entrada da Era Digital deu um susto nos fotógrafos, mestres na revelação perderam a relevância. E agora, com os iPhones clicando sozinhos, com a praga das selfies, todos se autofotografando, os fotógrafos profissionais perderam o mercado.
Os telefones fazem as fotos sozinhos e a inteligência artificial controla a luz e o enquadramento. O “DeepSeek”, IA chinesa, atende ao comando de voz. Aparece nas fotos até quem já morreu.
Basta ordenar: eu quero uma foto do meu aniversário, com todos felizes e sorridentes. Ao fundo, quero os meus avós, que faleceram há décadas. Basta ligar o iPhone, botá-lo apontando para a cena e sair de perto. As fotos sairão no Instagram, em segundos.
Uma luta perdida, a dos fotógrafos. Em Itabaiana, restam três “studios”, para fotos três por quatro.
Antonio Samarone – Secretário de Cultura de Itabaiana.
domingo, 23 de março de 2025
ITABAIANA - 350 ANOS. DOLORES DURAN.
Itabaiana – 350 anos. Dolores Duran.
(por Antonio Samarone)
Para os mais novos, Dolores Duram foi uma estrela da música brasileira na década de 1950. Antes da bossa nova e da televisão. Adiléia Silva da Rocha, a Dolores, nasceu em 07 de junho de 1930, no subúrbio do Rio de Janeiro.
Dolores é filha de Dona Josepha da Silva Rocha, costureira, natural de Itabaiana. Aqui reside o meu interesse maior. Josepha nasceu em 1912. Ficou órfã muito cedo, foi morar com um tio, em um sítio, na Zona Rural. Uma vida sofrida, onde os espancamentos domiciliar eram frequentes.
Aos 12 anos, um primo mais velho, marinheiro, a levou para o Rio de Janeiro, numa longa e sofrida viagem. Antes dos paus-de-arara. Semianalfabeta, Dona Josepha foi ser costureira. Contudo, era uma mulher muito inteligente, repentista e cantora de voz suave. Josepha era boa de gogó, afinadíssima. Dolores tem a quem puxar.
Josepha da Silva Rocha, faleceu em 1999, aos 87 anos. Ouvi dizer que Josepha voltou à Itabaiana na década de 1980, visitar a sua terra natal. Estou tentando encontrar os seus parentes.
Dolores Duran, começou cedo na vida artística. Em 1941, aos onze anos, ganhou nota máxima no temido programa de Ary Barroso, interpretando “Vereda Tropical”, um bolero famoso de Gonzalo Curiel.
Dolores, a filha de Dona Josepha de Itabaiana, vida humilde, de formação autodidata, cantava em castelhano, francês e inglês, com uma pronúncia perfeita. Foi do tempo de grandes cantoras: Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Marlene, Linda Batista e Virginia Lane.
Dolores Duran foi amiga de Mário Lago e, através dele, se aproximou do socialismo. Excursionou pela União Soviética, em 1958.
Dolores Duran, mulata, pobre, pelo talento, em pouco tempo frequentava as rodas intelectuais e boemias do Rio de Janeiro. Apreendeu a tocar violão e tornou-se uma compositora de vanguarda. Festeira e namoradeira. Faleceu cedo, em 24 de outubro de 1959, aos 29 anos. Infartou, em decorrência de uma cardiopatia ocasionada pela sequela de uma febre reumática, mal curada.
O funeral da cantora, foi num domingo, as 15 horas, no Cemitério do Caju. Foi enterrada na quadra 55, sepultura 21.555. Como disse um cronista: uma legião de fãs e admiradores acompanharam o sepultamento.
Dona Josepha, a mãe, teve mais três filhos: Hilton, funcionário Público; Hilda, operária; e Irley, a mais nova, que chegou a cantar, com o pseudônimo de Denise Duran.
Dolores Duran foi registrada no cartório, apenas com o nome da mãe. O pai era um policial chamado Antonio Dias, que nunca assumiu. Dolores foi criada por Seu Armindo, pernambucano, e padrasto.
Essa é a história do povo brasileiro. De tantos anônimos, como diz João Bosco: são pais de santo, paus de arara, são passistas, são flagelados, são pingentes, balconistas, palhaços, marcianos, canibais, lírios pirados...
São tantas Josephas, Marias, Adiléias em busca de mostrarem os seus talentos. A tarefa da cultura é recuperar as memórias perdidas.
Dolores Duran, a filha de Dona Josepha de Itabaiana, encantou o mundo com o seu talento. Agora, vou esmiuçar as raízes de sua mãe, para fazer um registro mais completo.
Antonio Samarone – Secretário de Cultura de Itabaiana.
(por Antonio Samarone)
Para os mais novos, Dolores Duram foi uma estrela da música brasileira na década de 1950. Antes da bossa nova e da televisão. Adiléia Silva da Rocha, a Dolores, nasceu em 07 de junho de 1930, no subúrbio do Rio de Janeiro.
Dolores é filha de Dona Josepha da Silva Rocha, costureira, natural de Itabaiana. Aqui reside o meu interesse maior. Josepha nasceu em 1912. Ficou órfã muito cedo, foi morar com um tio, em um sítio, na Zona Rural. Uma vida sofrida, onde os espancamentos domiciliar eram frequentes.
Aos 12 anos, um primo mais velho, marinheiro, a levou para o Rio de Janeiro, numa longa e sofrida viagem. Antes dos paus-de-arara. Semianalfabeta, Dona Josepha foi ser costureira. Contudo, era uma mulher muito inteligente, repentista e cantora de voz suave. Josepha era boa de gogó, afinadíssima. Dolores tem a quem puxar.
Josepha da Silva Rocha, faleceu em 1999, aos 87 anos. Ouvi dizer que Josepha voltou à Itabaiana na década de 1980, visitar a sua terra natal. Estou tentando encontrar os seus parentes.
Dolores Duran, começou cedo na vida artística. Em 1941, aos onze anos, ganhou nota máxima no temido programa de Ary Barroso, interpretando “Vereda Tropical”, um bolero famoso de Gonzalo Curiel.
Dolores, a filha de Dona Josepha de Itabaiana, vida humilde, de formação autodidata, cantava em castelhano, francês e inglês, com uma pronúncia perfeita. Foi do tempo de grandes cantoras: Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Marlene, Linda Batista e Virginia Lane.
Dolores Duran foi amiga de Mário Lago e, através dele, se aproximou do socialismo. Excursionou pela União Soviética, em 1958.
Dolores Duran, mulata, pobre, pelo talento, em pouco tempo frequentava as rodas intelectuais e boemias do Rio de Janeiro. Apreendeu a tocar violão e tornou-se uma compositora de vanguarda. Festeira e namoradeira. Faleceu cedo, em 24 de outubro de 1959, aos 29 anos. Infartou, em decorrência de uma cardiopatia ocasionada pela sequela de uma febre reumática, mal curada.
O funeral da cantora, foi num domingo, as 15 horas, no Cemitério do Caju. Foi enterrada na quadra 55, sepultura 21.555. Como disse um cronista: uma legião de fãs e admiradores acompanharam o sepultamento.
Dona Josepha, a mãe, teve mais três filhos: Hilton, funcionário Público; Hilda, operária; e Irley, a mais nova, que chegou a cantar, com o pseudônimo de Denise Duran.
Dolores Duran foi registrada no cartório, apenas com o nome da mãe. O pai era um policial chamado Antonio Dias, que nunca assumiu. Dolores foi criada por Seu Armindo, pernambucano, e padrasto.
Essa é a história do povo brasileiro. De tantos anônimos, como diz João Bosco: são pais de santo, paus de arara, são passistas, são flagelados, são pingentes, balconistas, palhaços, marcianos, canibais, lírios pirados...
São tantas Josephas, Marias, Adiléias em busca de mostrarem os seus talentos. A tarefa da cultura é recuperar as memórias perdidas.
Dolores Duran, a filha de Dona Josepha de Itabaiana, encantou o mundo com o seu talento. Agora, vou esmiuçar as raízes de sua mãe, para fazer um registro mais completo.
Antonio Samarone – Secretário de Cultura de Itabaiana.
quinta-feira, 20 de março de 2025
EM BUSCA DAS RAÍZES - POVOADO MATAPOÃ.
Em busca das raízes – Povoado Matapoã.
(por Antonio Samarone)
Ontem, dia de São José, visitei o povoado Matapoã, onde as minhas raízes se encontram. Cheguei na Capela reivindicando a minha patente de matiaponense raiz. As mulheres presentes na Capela, quiseram detalhes.
Encontrei um povoado fofo, carinhoso, cheio de vida. Não vi pobreza. Pequenos sítios, com casas confortáveis, plantando couve. Não sei os motivos, mas lá só se planta couve.
Não fizeram um arruado, com armazéns e bodegas. A Matapoã continua sítios. O único prédio público é uma Associação Comunitária. A escola fica em um povoado próximo e a Unidade de Saúde Djalma Lobo, fica às margens da BR – 235.
A Matapoã faz limites com os povoados Sambaíba, Cabeça do Russo, Tabuleiro do Chico, Vermelho e Gameleira. O tanque ao lado da Capela é o século XIX. A linda e bem cuidada Capela (foto), tem quase 80 anos.
As mulheres na Capela quiseram saber se o doutor Luiz Carlos Andrade, o engenheiro José Carlos Machado e Oviedo Teixeira eram do tronco da Matapoã. Eu confirmei. Aliás, dois filhos de Oviedo, Tarcísio e Luiz Teixeira, criaram uma Matapoã em Aracaju, onde hoje os ricos fizeram as suas casas de praia, às margens do Vaza Barris.
Contei o que sabia por ouvir dizer. Muitos dos nossos, foram morrer em Canudos. Mamãe contava estórias de Conselheiro com intimidade, como se o tivesse conhecido. O mais interessado foi o menino.
Na Capela, além das mulheres zeladoras, estavam um menino muito inteligente, cheio de curiosidades, e o competente Almir Andrade, implantando as poderosas antenas da Itabaiana FM, para retransmitir a festa de São José.
Em Itabaiana os povoados possem histórias e especificidades. A Matiapoam é a comunidade onde os traços dos índios matiaponenses são mais fortes. Se conhece se o sujeito é da Matapoã de longe, sem muito esforço: gordo, baixo, pescoço atarracado e batatas das pernas acentuadas. O modelo de Dom João VI.
O meu tataravô, João José de Oliveira, migrou para “Maitapam” (como o povo chamava), em meados do século XIX (1849). Foi parte das últimas levas de migrantes portugueses para o Brasil. João José, exímio ferreiro, chegando a São Cristóvão, quis saber onde a sua profissão era necessária. Instalou-se em Matapoã.
Um detalhe: o meu Avó,Totonho de Bernardino, possuía uma pequena imagem de São José, que ele dizia herdada de João José. Não sei se o santo tornou-se padroeiro da Matapoã, por conta dessa imagem.
Para manter a tradição, o meu sítio no Povoado São José dos Náufragos, na Curva do Rio, em Aracaju, chama-se Solar São José.
A presença dos Oliveiras no século XIX, na Matapoã, foi constatada pelo grande historiador Sebrão, o sobrinho: "os Oliveiras eram altos, atléticos e bonitos, destoando com os matiaponenses originais".
O ferreiro João José de Oliveira foi o Adão itabaianense. Criou uma prole de 10 filhos, quase todos ferreiros (alguns fogueteiros), onde o meu Bisavô, Bernardino José de Oliveira é um entre eles. Dessa família de artesões do fogo, chamados genericamente de ferreiros, descende a metade da Itabaiana original.
Disse no início do texto, que os povoados tinham bases culturais específicas. A Matapoã é tida com berço da intelectualidade itabaianense. Todos, são tidos e havidos como muito inteligentes. Pode até ser exagero, mas essa assertiva é senso comum.
Adorei a Matapoã, tive forte impressão que um sítio chamado de “Ranchinho São José”, foi do meu tataravô. Senti a presença dele, dos meus antepassados, a energia dos ferreiros, a sabedoria dos Oliveiras. Me senti voltando para casa.
Gente, quem souber e puder, tente voltar as origens. Sair rejuvenescido.
Antonio Samarone (ponte de rama dos Ferreiros da Matapoã)
(por Antonio Samarone)
Ontem, dia de São José, visitei o povoado Matapoã, onde as minhas raízes se encontram. Cheguei na Capela reivindicando a minha patente de matiaponense raiz. As mulheres presentes na Capela, quiseram detalhes.
Encontrei um povoado fofo, carinhoso, cheio de vida. Não vi pobreza. Pequenos sítios, com casas confortáveis, plantando couve. Não sei os motivos, mas lá só se planta couve.
Não fizeram um arruado, com armazéns e bodegas. A Matapoã continua sítios. O único prédio público é uma Associação Comunitária. A escola fica em um povoado próximo e a Unidade de Saúde Djalma Lobo, fica às margens da BR – 235.
A Matapoã faz limites com os povoados Sambaíba, Cabeça do Russo, Tabuleiro do Chico, Vermelho e Gameleira. O tanque ao lado da Capela é o século XIX. A linda e bem cuidada Capela (foto), tem quase 80 anos.
As mulheres na Capela quiseram saber se o doutor Luiz Carlos Andrade, o engenheiro José Carlos Machado e Oviedo Teixeira eram do tronco da Matapoã. Eu confirmei. Aliás, dois filhos de Oviedo, Tarcísio e Luiz Teixeira, criaram uma Matapoã em Aracaju, onde hoje os ricos fizeram as suas casas de praia, às margens do Vaza Barris.
Contei o que sabia por ouvir dizer. Muitos dos nossos, foram morrer em Canudos. Mamãe contava estórias de Conselheiro com intimidade, como se o tivesse conhecido. O mais interessado foi o menino.
Na Capela, além das mulheres zeladoras, estavam um menino muito inteligente, cheio de curiosidades, e o competente Almir Andrade, implantando as poderosas antenas da Itabaiana FM, para retransmitir a festa de São José.
Em Itabaiana os povoados possem histórias e especificidades. A Matiapoam é a comunidade onde os traços dos índios matiaponenses são mais fortes. Se conhece se o sujeito é da Matapoã de longe, sem muito esforço: gordo, baixo, pescoço atarracado e batatas das pernas acentuadas. O modelo de Dom João VI.
O meu tataravô, João José de Oliveira, migrou para “Maitapam” (como o povo chamava), em meados do século XIX (1849). Foi parte das últimas levas de migrantes portugueses para o Brasil. João José, exímio ferreiro, chegando a São Cristóvão, quis saber onde a sua profissão era necessária. Instalou-se em Matapoã.
Um detalhe: o meu Avó,Totonho de Bernardino, possuía uma pequena imagem de São José, que ele dizia herdada de João José. Não sei se o santo tornou-se padroeiro da Matapoã, por conta dessa imagem.
Para manter a tradição, o meu sítio no Povoado São José dos Náufragos, na Curva do Rio, em Aracaju, chama-se Solar São José.
A presença dos Oliveiras no século XIX, na Matapoã, foi constatada pelo grande historiador Sebrão, o sobrinho: "os Oliveiras eram altos, atléticos e bonitos, destoando com os matiaponenses originais".
O ferreiro João José de Oliveira foi o Adão itabaianense. Criou uma prole de 10 filhos, quase todos ferreiros (alguns fogueteiros), onde o meu Bisavô, Bernardino José de Oliveira é um entre eles. Dessa família de artesões do fogo, chamados genericamente de ferreiros, descende a metade da Itabaiana original.
Disse no início do texto, que os povoados tinham bases culturais específicas. A Matapoã é tida com berço da intelectualidade itabaianense. Todos, são tidos e havidos como muito inteligentes. Pode até ser exagero, mas essa assertiva é senso comum.
Adorei a Matapoã, tive forte impressão que um sítio chamado de “Ranchinho São José”, foi do meu tataravô. Senti a presença dele, dos meus antepassados, a energia dos ferreiros, a sabedoria dos Oliveiras. Me senti voltando para casa.
Gente, quem souber e puder, tente voltar as origens. Sair rejuvenescido.
Antonio Samarone (ponte de rama dos Ferreiros da Matapoã)
segunda-feira, 17 de março de 2025
OS MILAGRES DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Os milagres da Inteligência artificial.
(por Antonio Samarone)
Doutor Godofredo Oliveira formou-se Muriaé e fez pós-graduação no exterior. Recentemente, montou o seu consultório no Shopping Center de uma grande cidade, no interior sergipano. A clientela está bobando. Hoje, só se consegue marcar uma consulta para o meio do ano.
Na antessala do doutor Godofredo, tem uma placa em acrílico, iluminada com raios laser, taxando: especialista em clínica geral, tisiologia e neuropsiquiatria, com doutorado em neurociência, pela Universidade Simon Bolívar, na Venezuela.
Qual o segredo de tanto sucesso? O doutor usa um aplicativo de “Inteligência artificial”, made in China. Na entrada, o paciente digita o nome, a data de nascimento, filiação e uma poderosa máquina coleta uma gota de sangue da língua do padecente. O sangue só serve da língua. (não sei explicar)
Depois do pagamento da consulta, passa-se o código de barras do próprio recibo, e a máquina de IA, imprime o diagnóstico, apontando os possíveis tratamentos. Caso o padecente deseje continuar o procedimento, paga-se a taxa de tratamento. A cura é imediata, muitas vezes no mesmo dia.
A própria Inteligência artificial comanda uma impressora 4D, que produz os medicamentos indicados, em doses personalizadas.
Para não ser acusada de estar exercendo a medicina com a farmacologia, que o vigilante CFM não permite, a Botica pertence à esposa do Dr. Godofredo, e fica em prédio separado. Lá, paga-se mais barato que nas redes nacionais de farmácias.
Recentemente, a reversão de um caso de Alzheimer numa paciente com 82 anos, já desenganada, surpreendeu até os médicos chineses. Os cientistas que produziram a máquina de IA não previram esse desempenho.
Depois de muitos estudos, descobriu-se que a máquina de IA do consultório do Dr. Godofredo, desenvolveu a capacidade de se reinventar e aprendeu sozinha muita coisa nova.
A máquina de IA do Dr. Godofredo, virou a galinha dos ovos de ouro da fábula. A máquina passou a ter vida própria, ninguém pode prever os limites.
O doutor Godofredo resolveu, por conta e risco, implantar chips de inteligência artificial em interessados, que possam pagar uma mensalidade extorsiva, para acompanhá-los on-line. A saúde do dia-a-dia, on-line, na tela do iPhone. Esses chips são produzidos em Taiwan. Trump já os tachou em 30%.
Se o sujeito for ter uma caganeira daqui a 15 dias, os chips de IA já emitem o alerta: 90% de possibilidades de diarreia purulenta em 15 dias. O pior, acerta!
Os pacientes só veem o Dr. Godofredo, no final, para um chá ou cafezinho virtuais. Mesmo assim não é um contato pessoal. O doutor Godofredo mesmo, em carne e osso, suspeita-se que nem exista.
O doutor Godofredo é uma manifestação da física quântica. Uma espécie do Dr. Adolph Fritz, médico alemão da Segunda Guerra, que incorporava no médium mineiro Zé Arigó.
A suspeita é que próprio Dr. Godofredo Oliveira seja um médico virtual, uma incorporação da Inteligência Artificial.
Só a IA salva!
Antonio Samarone – médico sanitarista.
(por Antonio Samarone)
Doutor Godofredo Oliveira formou-se Muriaé e fez pós-graduação no exterior. Recentemente, montou o seu consultório no Shopping Center de uma grande cidade, no interior sergipano. A clientela está bobando. Hoje, só se consegue marcar uma consulta para o meio do ano.
Na antessala do doutor Godofredo, tem uma placa em acrílico, iluminada com raios laser, taxando: especialista em clínica geral, tisiologia e neuropsiquiatria, com doutorado em neurociência, pela Universidade Simon Bolívar, na Venezuela.
Qual o segredo de tanto sucesso? O doutor usa um aplicativo de “Inteligência artificial”, made in China. Na entrada, o paciente digita o nome, a data de nascimento, filiação e uma poderosa máquina coleta uma gota de sangue da língua do padecente. O sangue só serve da língua. (não sei explicar)
Depois do pagamento da consulta, passa-se o código de barras do próprio recibo, e a máquina de IA, imprime o diagnóstico, apontando os possíveis tratamentos. Caso o padecente deseje continuar o procedimento, paga-se a taxa de tratamento. A cura é imediata, muitas vezes no mesmo dia.
A própria Inteligência artificial comanda uma impressora 4D, que produz os medicamentos indicados, em doses personalizadas.
Para não ser acusada de estar exercendo a medicina com a farmacologia, que o vigilante CFM não permite, a Botica pertence à esposa do Dr. Godofredo, e fica em prédio separado. Lá, paga-se mais barato que nas redes nacionais de farmácias.
Recentemente, a reversão de um caso de Alzheimer numa paciente com 82 anos, já desenganada, surpreendeu até os médicos chineses. Os cientistas que produziram a máquina de IA não previram esse desempenho.
Depois de muitos estudos, descobriu-se que a máquina de IA do consultório do Dr. Godofredo, desenvolveu a capacidade de se reinventar e aprendeu sozinha muita coisa nova.
A máquina de IA do Dr. Godofredo, virou a galinha dos ovos de ouro da fábula. A máquina passou a ter vida própria, ninguém pode prever os limites.
O doutor Godofredo resolveu, por conta e risco, implantar chips de inteligência artificial em interessados, que possam pagar uma mensalidade extorsiva, para acompanhá-los on-line. A saúde do dia-a-dia, on-line, na tela do iPhone. Esses chips são produzidos em Taiwan. Trump já os tachou em 30%.
Se o sujeito for ter uma caganeira daqui a 15 dias, os chips de IA já emitem o alerta: 90% de possibilidades de diarreia purulenta em 15 dias. O pior, acerta!
Os pacientes só veem o Dr. Godofredo, no final, para um chá ou cafezinho virtuais. Mesmo assim não é um contato pessoal. O doutor Godofredo mesmo, em carne e osso, suspeita-se que nem exista.
O doutor Godofredo é uma manifestação da física quântica. Uma espécie do Dr. Adolph Fritz, médico alemão da Segunda Guerra, que incorporava no médium mineiro Zé Arigó.
A suspeita é que próprio Dr. Godofredo Oliveira seja um médico virtual, uma incorporação da Inteligência Artificial.
Só a IA salva!
Antonio Samarone – médico sanitarista.
sábado, 15 de março de 2025
ARACAJU, UMA CAPITAL ACOLHEDORA
Aracaju – uma Capital acolhedora.
(por Antonio Samarone)
Aracaju sempre recebeu carinhosamente a todos. As minhas primeiras visitas foram em busca dos serviços de Saúde: retirar um caroço no peito que sangrava, no Hospital de Cirurgia; e receber a vacina de poliomielite, aos sete anos.
Depois, vinha ocasionalmente. Durante os jogos da primavera, por exemplo. Lembro-me que tinha vergonha de entrar nas lojas, achava tudo muito grande. Eu era um tabaréu assumido.
Durante o vestibular, fiquei numa pousada, na subida da ladeira da Rua São Cristóvão. Já universitário, residi na República Cebolinha, uma casa da UFS, na Rua de Maruim, 488, para estudantes carentes, que não tinham onde ficar. Não existia restaurante universitário, a Universidade dava uma ajuda de custo para manter a Residência.
Na Universidade me tornei um cidadão politizado, pela via do Movimento Estudantil. Fiz amizades, ampliei os horizontes, já me sentia em casa. Aracaju foi numa mãe. O meu lazer era na Atalaia Nova, na casa do revolucionário Ivan do Cachimbo, um comunista inveterado.
A militância política me abriu as portas da cidade. Passei a frequentar os bares dos intelectuais, esquerdistas e bichos grilos. Fui professor no Arquidiocesano. O Padre sabia do meu comunismo, mas me acolheu. Sem esse trabalho não teria como me manter em Aracaju.
No Arquidiocesano fiz amizades com alunos e professores. Conheci muita gente, que adoro até hoje. As relações sociais em Itabaiana são muito competitivas. Em Aracaju, as relações são mais leves.
O meu compadre Matheus, também vermelho, me levou à periferia. Conheci Aracaju de cabo a rabo. Uma cidade pacifica, fofa, sorridente. Depois, me deram dois mandatos de vereador. Fiz o que pude. Entrei e sair limpo da política.
Em Aracaju encontrei Betania e me casei. Um amor que dura. Encontrei os comunas não praticantes, onde fiz muitos amigos. Éramos uma confraria dos justos. Passei pelo PT, desde os tempos da Rua de Siriri. Os médicos me acolheram em sua Academia.
Fui professor de Saúde Pública da UFS, crente que daria a minha contribuição para a humanização da medicina. Fui derrotado, a medicina seguiu as leis do mercado. Sempre remei contra a maré, crente nas ideias.
Moro na Praia do Robalo, Condado do Mosqueiro, na Grande Aracaju. Vou diariamente à Itabaiana, onde estou Secretário de Cultura. Gosto da ida e da volta, pois adoro as das duas cidades. Santo Antonio é padroeiro das duas.
Parabéns, Aracaju, pelos 170 anos.
Antonio Samarone. Médico sanitarista.
(por Antonio Samarone)
Aracaju sempre recebeu carinhosamente a todos. As minhas primeiras visitas foram em busca dos serviços de Saúde: retirar um caroço no peito que sangrava, no Hospital de Cirurgia; e receber a vacina de poliomielite, aos sete anos.
Depois, vinha ocasionalmente. Durante os jogos da primavera, por exemplo. Lembro-me que tinha vergonha de entrar nas lojas, achava tudo muito grande. Eu era um tabaréu assumido.
Durante o vestibular, fiquei numa pousada, na subida da ladeira da Rua São Cristóvão. Já universitário, residi na República Cebolinha, uma casa da UFS, na Rua de Maruim, 488, para estudantes carentes, que não tinham onde ficar. Não existia restaurante universitário, a Universidade dava uma ajuda de custo para manter a Residência.
Na Universidade me tornei um cidadão politizado, pela via do Movimento Estudantil. Fiz amizades, ampliei os horizontes, já me sentia em casa. Aracaju foi numa mãe. O meu lazer era na Atalaia Nova, na casa do revolucionário Ivan do Cachimbo, um comunista inveterado.
A militância política me abriu as portas da cidade. Passei a frequentar os bares dos intelectuais, esquerdistas e bichos grilos. Fui professor no Arquidiocesano. O Padre sabia do meu comunismo, mas me acolheu. Sem esse trabalho não teria como me manter em Aracaju.
No Arquidiocesano fiz amizades com alunos e professores. Conheci muita gente, que adoro até hoje. As relações sociais em Itabaiana são muito competitivas. Em Aracaju, as relações são mais leves.
O meu compadre Matheus, também vermelho, me levou à periferia. Conheci Aracaju de cabo a rabo. Uma cidade pacifica, fofa, sorridente. Depois, me deram dois mandatos de vereador. Fiz o que pude. Entrei e sair limpo da política.
Em Aracaju encontrei Betania e me casei. Um amor que dura. Encontrei os comunas não praticantes, onde fiz muitos amigos. Éramos uma confraria dos justos. Passei pelo PT, desde os tempos da Rua de Siriri. Os médicos me acolheram em sua Academia.
Fui professor de Saúde Pública da UFS, crente que daria a minha contribuição para a humanização da medicina. Fui derrotado, a medicina seguiu as leis do mercado. Sempre remei contra a maré, crente nas ideias.
Moro na Praia do Robalo, Condado do Mosqueiro, na Grande Aracaju. Vou diariamente à Itabaiana, onde estou Secretário de Cultura. Gosto da ida e da volta, pois adoro as das duas cidades. Santo Antonio é padroeiro das duas.
Parabéns, Aracaju, pelos 170 anos.
Antonio Samarone. Médico sanitarista.
sexta-feira, 14 de março de 2025
A REBELDIA DE MONTALVÃO
A Rebeldia de Montalvão.
(por Antonio Samarone).
O jurista e publicitário barra-coqueirense José Carlos Góes Montalvão, me questionou inconformado: “se a principal razão para a transferência da capital foi colocá-la na Barra do Cotinguiba, por sua posição topográfica, por que não levaram a Capital para o povoado da Barra dos Coqueiros, à época mais desenvolvido?”
A capital em São Cristóvão, às margens do Rio Paramopama, não atendia as necessidades. (que João Bebe Água não nos escute).
Continuou Montalvão: “Se a Alfandega, a Mesa de Renda e o Consulado Geral da Província estavam no povoado da Barra dos Coqueiros, por que trouxeram a Capital para o outro lado, para as praias desertas do Aracaju?
Enfim, 170 depois, a Barra dos Coqueiros reage. Montalvão quer explicações.
Passei o dia procurando uma resposta. Perguntei a vários historiadores e ouvi explicações desencontradas. Fui ler as justificativas do projeto enviado à Assembleia Provincial, propondo a mudança da Capital.
Montalvão, o projeto defendia que fosse no lado do Aracaju, “porque tinha boas águas, é era muito salubre e ventilado, e tinha aos fundos, o fértil município de Socorro.” Eita, tudo falso: Aracaju era insalubre, um calor dos infernos e as águas eram salobras.
O projeto descartava o povoado da Barra dos Coqueiros por possuir um clima ardentíssimo, falta de água e ter aos fundos o município de Santo Amaro, estéril e decadente.
Espero que Montalvão se conforme e acabe com essa birra. Aliás, João Alves já fez uma ponte estaiada e Mitidieri já anunciou outra ponte, em pouco tempo.
Montalvão é simãodiense, mas foi adotado e se apaixonou pela Barra dos Coqueiros.
Calma irmão, os terrenos do Barão ficavam do lado de cá. A primeira rua, atual calçadão da João Pessoa, chamava-se Rua do Barão.
Viva os 170 anos do Aracaju. “Eu gosto do Aracaju e adoro Itabaiana”, parodiando Jorge de Altinho.
Antonio Samarone. Médico sanitarista.
(por Antonio Samarone).
O jurista e publicitário barra-coqueirense José Carlos Góes Montalvão, me questionou inconformado: “se a principal razão para a transferência da capital foi colocá-la na Barra do Cotinguiba, por sua posição topográfica, por que não levaram a Capital para o povoado da Barra dos Coqueiros, à época mais desenvolvido?”
A capital em São Cristóvão, às margens do Rio Paramopama, não atendia as necessidades. (que João Bebe Água não nos escute).
Continuou Montalvão: “Se a Alfandega, a Mesa de Renda e o Consulado Geral da Província estavam no povoado da Barra dos Coqueiros, por que trouxeram a Capital para o outro lado, para as praias desertas do Aracaju?
Enfim, 170 depois, a Barra dos Coqueiros reage. Montalvão quer explicações.
Passei o dia procurando uma resposta. Perguntei a vários historiadores e ouvi explicações desencontradas. Fui ler as justificativas do projeto enviado à Assembleia Provincial, propondo a mudança da Capital.
Montalvão, o projeto defendia que fosse no lado do Aracaju, “porque tinha boas águas, é era muito salubre e ventilado, e tinha aos fundos, o fértil município de Socorro.” Eita, tudo falso: Aracaju era insalubre, um calor dos infernos e as águas eram salobras.
O projeto descartava o povoado da Barra dos Coqueiros por possuir um clima ardentíssimo, falta de água e ter aos fundos o município de Santo Amaro, estéril e decadente.
Espero que Montalvão se conforme e acabe com essa birra. Aliás, João Alves já fez uma ponte estaiada e Mitidieri já anunciou outra ponte, em pouco tempo.
Montalvão é simãodiense, mas foi adotado e se apaixonou pela Barra dos Coqueiros.
Calma irmão, os terrenos do Barão ficavam do lado de cá. A primeira rua, atual calçadão da João Pessoa, chamava-se Rua do Barão.
Viva os 170 anos do Aracaju. “Eu gosto do Aracaju e adoro Itabaiana”, parodiando Jorge de Altinho.
Antonio Samarone. Médico sanitarista.
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