A Saúde Pública em Sergipe (SESP).
(por Antonio Samarone)
O Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) foi criado em 1942, durante a 2ª Guerra, a partir de acordo entre os governos brasileiro e norte-americano, visando o saneamento de regiões produtoras de matérias-primas, como a borracha e o minério de ferro.
Depois da Guerra, o SESP se expandiu para o Nordeste. Um Serviço de atenção básica, medicina preventiva e educação sanitária. Priorizava a Saúde Escolar. O SESP era financiado pela Fundação Rockfeller.
No final de 1955, o SESP chegou à Sergipe.
Durante o Governo de Leandro Maciel, a Saúde Pública em Sergipe recebeu um grande impulso, com o Contrato assinado em 21 de dezembro 1955, entre o Governo do Estado e o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP).
Estiveram presentes na assinatura do Convênio o Governador Leandro Maciel, o Diretor do Departamento de Saúde Pública, Dr. Benjamin Alves de Carvalho, o representante do Governo Americano, Dr. Henrique Maya Penido, o Chefe de Assuntos Internacionais, o Dr. E. Ross Genney.
Até então a cobertura da rede pública era inexpressiva em Sergipe: na Capital existiam funcionando apenas quatro postos de saúde: o do Serigy, e mais Unidades nos bairros Grageru, Aribé e no Conjunto Habitacional Agamenon Magalhães.
No Interior, com a entrada em funcionamento das 16 unidades do SESP, inicialmente em 16 municípios, a rede pública passou a contar com 26 Unidades de Saúde.
O Contrato tinha prazo de validade até 30 de junho de 1960. Pelo acordo, o Estado obrigava-se a organizar, em cooperação com o SESP, um “Serviço Cooperativo de Saúde”, subordinado ao Diretor do Departamento Estadual de Saúde Pública.
Ao Serviço Cooperativo competia: executar um programa de Saúde Pública nos municípios, inclusive na Capital; capacitar recursos humanos para executar o programa.
O financiamento do programa para o ano de 1956: o SESP entraria com CR$ 3.200.000,00, e o Governo do Estado com CR$ 800. 000,00. Pelo contrato o Governo de Sergipe ficava obrigado a investir no mínimo de um por cento do seu orçamento com a Saúde Pública.
O SESP também assumia o compromisso de utilizar o seu pessoal qualificado em Saúde Pública para treinar os servidores do Estado.
O SESP chegou a Sergipe, com os seus programas, os seus técnicos e os seus recursos.
Os dez primeiros municípios onde foi instalado uma Unidade de Saúde do SESP foram: Cristinápolis, Itabaianinha, Arauá, Santa Luzia do Itanhy, Estância, Rosário do Catete, Canhoba, Aquidabã, Cedro de São João e Propriá.
Em 1969, o SESP se transforma em Fundação SESP, passando para o comando do Governo Federal. Em 1990, a FSESP foi incorporada a SUCAM, virando a FUNASA - Fundação Nacional de Saúde, que “existe” até hoje. Inclusive em Sergipe.
O SESP e a SUCAM cumpriram importante papel na Saúde Pública em Sergipe, com ações voltadas para a medicina preventiva.
Antonio Samarone (médico sanitarista)
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