Um Panorama da Pandemia!
(por Antonio Samarone)
(por Antonio Samarone)
Um olhar da Saúde Pública.
O número de óbitos pela Peste é declinante, indicando que a fase epidêmica da covid-19 está passando. A doença evolui para a sua fase endêmica: o vírus permanecerá entre nós, com uma velocidade menor de propagação.
A fase epidêmica da Peste de covid-19, deixou até agora (26/08) um saldo de 118 mil mortos. O Brasil fracassou no enfrentamento da doença.
A assistência, voltar-se-á para a recuperação dos agravos, deixados nos que tiveram a doença em sua forma aguda e sobreviveram. Uma tarefa sobretudo da fisioterapia. A doença deixou sequelas mesmo entre os que a contraíram em sua forma leve.
O vírus permanece no organismo dos infectados em forma latente. Provocará futuras manifestações? A doença se manifestará em sua forma crônica? Só o tempo dirá... Os vírus que se alojaram no cérebro e em outros órgãos, e ali permanecem, será eliminado pelo organismo?
Quanto tempo durará a imunidade adquirida, evitando novas infecções? Não se sabe! Qual a eficácia das futuras vacinas e por quanto tempo imunizarão? Também não se sabe!
Numa esfera mais ampla, quais as consequências da Pandemia?
1. A Peste desmontou a economia e as finanças públicas. Empresas quebraram, o desemprego e as desigualdades sociais aumentaram. A realidade está maquiada pelo auxílio de emergência;
2. O setor educação continua sem saber como retornar em segurança;
3. As pessoas que permanecem em quarentena, sobretudo os idosos, não sabem como retornar a vida normal em segurança;
4. Os governos continuam tratando a transição econômica com medidas autoritárias, num estado de exceção permanente, com a justificativa de proteção sanitária.
Essa última questão é o que debateremos com o sociólogo Rogério Proença, numa live hoje à noite, as 18 horas. O que nos espera no Pós Pandemia?
O filosofo Byung-Chu-Han, manifestou preocupação com a possibilidade de que, devido à pandemia, sejam impostos regimes de vigilância e quarentena biopolíticas, perda de liberdade e que a histeria e o medo coletivo provoquem falta de humanidade.
Sabemos que no Brasil, as restrições são imediatamente burladas. O Governa obriga o uso de máscaras, a sociedade logo as transforma em adereços, sem nenhum critério sanitário. As máscaras no Brasil são fantasias.
Na Coreia do Sul, as máscaras usadas pela população são as mesmas usadas pelos profissionais de saúde na linha de frente do atendimento, ou seja, são equipamentos de proteção.
A vigilância contra as aglomerações no Brasil são espetáculos midiáticos eventuais, cobertos pela imprensa, sem continuidade e de reduzida eficácia. Na Correia do Sul eles usam milhares de câmeras inteligentes e drones para vigiar e punir.
A experiencia da Coreia do Sul, em 2015, com a epidemia de Síndrome Respiratória do Oriente Médio, (Mers-CoV), um coronavírus, levou a população a aceitar a perda da intimidade pessoal e da liberdade em troca da segurança sanitária.
Na Correia do Sul, o estado sabe onde as pessoas estão, com quem se encontram, o que fazem, o que procuram, em que pensam, o que comem e o que compram. O Estado controla também a temperatura corporal, o peso e o nível de açúcar no sangue.
Os apologistas da vigilância digital proclamam que o big data salva vidas humanas.
A Peste Negra pôs fim a Idade Média, o nazifascismo veio na sequência da Gripe Espanhola de 1918, o que sucederá à Peste de Covid-19?
Antonio Samarone (médico sanitarista)
Nenhum comentário:
Postar um comentário