O Brasil, Carlos Chagas e o Prêmio Nobel.
(por Antonio Samarone)
O Prêmio Nobel é concedido anualmente, em cinco categorias (medicina, literatura, química, física e paz), desde 1901. Mais de 600 laureados, e nenhum brasileiro.
Ninguém! Nem de literatura, nem da paz, nem disso, nem daquilo!
Nem mesmo Carlos chagas (1878 – 1934), que descobriu a tripanossomíase americana, em 1909. Em sua homenagem, a doença ficou conhecida como Doença de Chagas.
A descoberta de Carlos Chagas constituiu um caso único na história da medicina. Um mesmo pesquisador revelou uma nova doença, seu agente etiológico, o Trypanosoma cruzi, com seu ciclo biológico, o inseto transmissor, o mecanismo de transmissão, os animais reservatórios do parasito e o quadro clínico da enfermidade, compreendendo uma fase aguda pós-infecção e sua evolução para uma fase crônica.
Mesmo assim, não recebeu o Prêmio Nobel.
Carlos Chagas foi indicado para o Nobel, em 1913 e em 1921. Em 1913 o páreo era duro, o ganhador foi o médico francês Charles Robert Richet, descobridor da anafilaxia e sua ação nos organismos.
Já em 1921, Carlos Chagas era o favorito, mas as informações enviadas pela Academia Nacional de Medicina, do Brasil, para o Instituto Karolinska, não foram favoráveis, impediram a concessão do Prêmio. Nesse ano, o Prêmio Nobel de Medicina não teve ganhadores.
Essa tese da influência brasileira, tem controvérsias, que não cabem aqui. A verdade é que não ganhou.
Quatro brasileiros foram indicados para o Prêmio Nobel em medicina: Carlos Chagas, em 1913 e 1921); Antônio Cardoso Fontes, em 1934, por seu trabalho sobre o bacilo da tuberculose; Adolfo Lutz, em 1938, por seu estudo sobre algumas doenças tropicais; Manoel de Abreu, em 1946, pela introdução da abreugrafia.
Nenhum laureado!
E em literatura? Aqui é mais complicado. Escritores em língua portuguesa, Somente José Saramago foi laureado com o Nobel, em 1998. Foi um prêmio aos falantes da língua portuguesa.
Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade foram indicados em 1967, ganho pelo escritor guatemalteco Miguel Ángel Asturias.
E para o Nobel da Paz? Dom Helder Câmara foi indicado quatro vezes, merecia muito, mas não ganhou.
Quem mais?
Antonio Samarone (médico sanitarista)
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