sábado, 15 de agosto de 2020

SERGIPE DO CONDE

 


Sergipe do Conde.
(por Antonio Samarone)

Mem de Sá governou o Brasil por 15 anos.

Mem de Sá partiu de Lisboa em 30 de abril de 1557, só chegando ao Brasil nos últimos dias de 1557, numa penosa viagem de oito meses. Mem de Sá tomou posse em 03 de janeiro de 1558.

Mem de Sá chegou ao Brasil viúvo, a sua esposa Dona Guiomar de Faria, faleceu em Lisboa no ano de 1542. Tiveram cinco filhos: João Rodrigues de Sá, morto em Celta, pelos Mouros; Fernão de Sá, morto no Espírito Santo, pelos Tamoios; Breatis de Sá, que faleceu em Lisboa. Padre Francisco de Sá, que morreu poucos meses após o pai, sem deixar descendentes; restando como única herdeira Felipa de Sá (Condessa de Linhares).

Mem de Sá foi o dono do engenho Sergipe do Conde, o maior da Bahia. O engenho Sergipe é anterior a Província de Sergipe.

O engenho Sergipe do Conde foi instalado em 1563 nas terras de uma grande sesmaria, que ia de “Marapé até a ponta de Saubara”. O engenho ficava entre os atuais municípios de São Francisco do Conde, Santo Amaro da Purificação e Saubara.

Em testamento Mem de Sá afirmou: “tenho na Capitania da Bahia do Salvador três léguas e meia de costa e quatro para o sertão com duas ilhas, e Sergipe onde fiz um engenho de açúcar, com quinhentas e tanta vacas parideiras e roças de mandioca.”

No século XVII, o engenho Sergipe ficou conhecido como a Rainha do Recôncavo.

Sua localização estratégica, imponência arquitetônica e força produtiva o colocavam na liderança da produção no Recôncavo. Além de ter a maior casa de moenda da região, dispunha de grande contingente de escravos, cerca de 300, quando a média de um engenho de grande porte era de 100 escravizados por propriedade.

Mem de Sá, senhor dos engenhos (Sergipe do Conde e Santana), exportador de açúcar e pau brasil, importador dos produtos do Reino e de outras localidades, criador de gado, proprietário de terras além das necessárias aos currais e engenhos, e participante no resgate dos escravos da terra (índios).

O engenho de Santana ficava na Capitania de Ilhéus, duas léguas e meia de terra, tocado pelos escravos da terra (índios) e uns poucos de Guiné.

O engenho Sergipe pertenceu a Mem de Sá, ao Genro, D. Fernando de Noronha, (Conde de Linhares) e, finalmente aos jesuítas. O engenho chamava-se Sergipe do Conde, exatamente por ter pertencido ao Conde de Linhares, genro e herdeiro do governador.

Em testamento, Mem de Sá deixou para o médico Afonso Mendes, hum mil e seiscentos reis. O mestre Afonso Mendes foi o médico particular de Mem de Sá e da sua família desde a sua chegada ao Brasil, até o falecimento.

Em 1557, com a chegada de Mem de Sá, chegou a Bahia o Mestre Afonso, Cirurgião-Mor das partes do Brasil, com um ordenado de 18 mil reis anuais; aumentados depois em 6 mil reis, pela administração da Botica Real.

O mestre Afonso Mendes morreu pobre em Salvador, sem deixar cabedais. Mestre Afonso era cristão novo, dizia-se que todas as sextas-feiras, ele e a família, açoitavam o crucifixo.

Os primeiros médicos que chegaram ao Brasil eram judeus.

Antonio Samarone (médico sanitarista)

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