A Inteligência Artificial e as Eleições.
(por Antonio Samarone)
No final da década de 1950, Euclides Paes Mendonça, o Sultão itabaianense, espalhou que tinha comprado uma máquina inteligente, que identificava os votos de cada um. A oposição amedrontada, tremeu nas bases.
Hoje, as máquinas não sabem apenas em quem votamos, sabem o que pensamos. Somos ameaçados pelo domínio da inteligência artificial.
Quando eu conheci um computador, achei que era apenas uma máquina de escrever sofisticada. Primeiro, a IBM fabricava computadores grandes, só para as empresas. Não sei quem, mas começaram a produzir computadores individuais. Depois veio a Internet. Os computadores passaram a trocar informações, entre si.
Não me lembro do meu primeiro computador. Os mais sabidos, compravam os componentes e montavam em casa. Hoje, vivo ligado, pelo iPhone (O smartphone é um confessionário). Se eu decidir pescar no final de semana, os aplicativos passam a me oferecer anzóis e iscas. Não sei como peste eles ficam sabendo.
No Início da década de 1990, um jovem professor da UFS, Engenheiro Evandro Curvelo Hora, convidou os interessados para uma palestra na UFS, na sala dos conselhos, onde uma nova bruxaria seria apresentada: a Internet. Fui, e fiquei encantado com a novidade.
Os autoproclamados Overlords (Suserano), decidiram controlar a máquina orgânica. Desde a introdução da Internet (1990), estabeleceu-se um sistema massivo de controle do cérebro humano. A remoção o pensamento crítico.
Em seguida, as redes sociais, o Big Data, os algoritmos, as máquinas inteligentes e os robôs. Mais recente, a inteligência artificial, encarregada de homogeneizar e simplificar o pensamento humano.
O neuro cientista Nicolelis acha que nem é inteligência, nem é artificial. Não se trará de construir uma máquina que substitua o cérebro. Isso é impossível. O cérebro é analógico, resultado da evolução de milhões de ano.
Eles querem se apoderar do cérebro humano, transformá-lo em uma maquineta digital, controlar cada pensamento, movimento, sonho, emoção, memória. É preciso um algoritmo para extraí-lo do cérebro humano.
A natureza, a vida, o cérebro e a consciência humana são analógicas. A digitalização da vida é um sistema binário, um retrocesso do processo evolutivo. Os cérebros futuros serão simplificados!
O capital financeiro precisa afastar o trabalho, do processo de geração de riquezas. A automação é o caminho. A substituição de tarefas humanas pela inteligência artificial, completa a exclusão.
Não há dúvidas que os computadores impactaram positivamente muitos aspectos da vida, aumentaram a precisão e a velocidade do processamento dos dados, tornaram certas tarefas mais seguras e autônomas, prescindindo do trabalho humano. As taxas de desemprego disparam.
Vende-se a ideologia que os cérebros humanos estão se tornando obsoletos.
No filme Matrix, os computadores controlariam os cérebros humanos. A alegoria da caverna, de Platão, volta com força. Só poderemos ver uma realidade digital, construída com informações do passado.
O Coronel Euclides Paes Mendonça, com a sua máquina de identificar votos, antecipou o Big Data, que torna legível os nossos desejos. O próximo passo é a “Brainet” - uma rede neural global, conectando as mentes humanas, diretamente entre si e com computadores.
Voltarei às Cavernas!
Antonio Samarone (médico sanitarista)
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