Quem tem medo das Pragas?
(por Antonio Samarone)
Como explicar o descontrole da Peste em países governados pela extrema direita? Os Estados Unidos de Trump, o Brasil de Bolsonaro e a Índia de Modi. As ciências sociais nos devem uma análise aprofundada.
No caso brasileiro, a cultura da morte já era dominante antes da Pandemia. O número de homicídios sempre foi naturalizado, normal, inevitável. As chacinas! As balas perdidas! Os óbitos no trânsito! A elevada mortalidade por doenças evitáveis! Morrer no Brasil nunca foi motivo de comoção social.
Historicamente, segundo Darcy Ribeiro, queimamos negros e índios num genocídio sem fim. E uma boa parte dos brancos pobres e remediados.
Isso é fato!
O atual cangaço sanitário no Brasil, tem causas múltiplas. Entre elas, o desleixo das pessoas na prevenção da Peste. As aglomerações e o não uso de máscaras, por exemplo, são regras dominantes na sociedade. A desgraça não pode ser atribuída somente ao desdém governamental.
O pensamento Negacionista é dominante no Brasil!
Somando-se os que acham os dados da Peste exagerados com os que acreditam em tratamentos mágicos, forma-se uma ampla maioria. Bolsonaro prega em solo fértil.
No Brasil, quatrocentos mil mortos não causaram indignação moral na sociedade. Só o sofrimento de familiares e amigos.
Não confundir Negacionismo com desinformação. Mesmo entre os que passaram pelas universidades, “gente culta”, o Negacionismo é dominante. Claro, um Negacionismo mais sofisticado.
A Peste não amedronta no Brasil.
Antonio Samarone (médico sanitarista)
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