domingo, 5 de maio de 2024

MEMÓRIA CULTURAL DA VILLA DE SANTO ANTONIO E ALMAS (CALABAR).


 Memória Cultural da Villa de Santo Antonio e Almas (Calabar)
(por Antonio Samarone)

Em 1628 e 1629, partiram da Bahia duas expedições à Serra de Itabaiana afim, de encontrar as minas de prata, sendo a última comandada por Domingos Fernandes Calabar.

Domingos Fernandes Calabar, brasileiro, que aderiu aos holandeses quando da ocupação da Capitania de Pernambuco, contribuindo para as vitórias iniciais dos invasores. Prisioneiro dos portugueses em Porto Calvo, em 1635, foi julgado e morto como traidor.

Calabar era um mameluco brasileiro, filho de um fidalgo português e uma índia caetés. Optou por ficar do lado dos holandeses. Não confiava nos portugueses.

Esse gênio militar brasileiro, que resolveu apoiar os holandeses, foi executado aos 26 anos.

Das muitas tentativas de encontrar as minas de prata na serra, algumas vieram do lado dos holandeses, durante a invasão do território sergipano, entre 1637 à 1645.

Documentos afirmam que três vezes foram mandados homens até a serra, cavando inúmeros sítios mais não encontrando nem prata, nem algo de valor.

O comandante português, Matias de Albuquerque, fugindo para a Bahia, passou por Porto Calvo, onde vivia Calabar. Sem Julgamento, mandou executá-lo por estrangulamento pelo garrote vil, e esquartejá-lo em praça pública. Com a chegada dos holandeses, Calabar recebeu um sepultamento cristão.

Os três filhos de Calabar passaram a receber da Coroa holandesa 8 florins cada, o soldo de um soldado. Calabar era brasileiro, ao apoiar a Holanda, não traiu ninguém. Chico Buarque acertou, em sua versão na peça: “Calabar: elogio a traição”.

Domingos Fernandes Calabar (1609 – 1635), nasceu em Porto Calvo, Alagoas. Fez parte de uma expedição holandesa em busca das encantadas minas de prata de Itabaiana.

Calabar não encontrou a Minas de Prata descobertas por Melchior Dias Moreia, dos primeyros naturaes da Bahia, primo de Gabriel Soares de Souza, homem abastado de terras e de bens".

Era este Melchior Dias, filho de Vicente Dias, português e fidalgo, criado do infante D. Luiz, o qual, ao vir tentar fortuna no Brasil, se casara com a mameluca Genebra Álvares, filha de Caramuru. Era conhecido pelo povo, como Melchior Dias Caramuru.

Espero que os competentes historiadores nativos, esmiúcem essa passagem de Calabar por Itabaiana.

Antonio Samarone – médico sanitarista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário